Page 36 - Veranigmas
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– É porque... Bom... Estava cumprimentando ela!
– Mas eu nunca vi você cumprimentando ela – disse o ex-
proprietário.
– Você é um otário! – reclamou a cozinheira.
– Algo está errado! Para você dizer isso!
– Como assim?! – retrucou.
– Você chamou o ex-proprietário de “otário”. Isso não é normal...
– Não sou a culpada. Falei assim porque estava com muita raiva.
Escapou, ué.
– Hum hum, sei. – falei.
– Não sairemos daqui até você nos contar algo que preste –
ameaçou Gomez.
Percebendo que não tinha outra saída, a cozinheira começou a
contar:
– Então, tudo começou quando descobri que duas pessoas haviam
morrido. Fui ver os cadáveres e acidentalmente, tropecei e esbarrei nos
corpos. Por isso, minhas impressões digitais ficaram marcadas no pescoço
das vítimas. Simples assim.
– Como suas mãos foram parar bem no pescoço dos mortos? E pra
que ver os mortos? – perguntei, duvidando dessa história.
– É... Bom... Veja bem... Na minha idade, qualquer pessoa pode
tropeçar. Fui ver os corpos porque estava curiosa.
– Já sabemos que foi a senhora quem assassinou o proprietário e a
caseira.
– Como assim?!
– Reunimos provas e com a senhora gaguejando desse jeito, ficou
tudo muito óbvio. Mas, por que a senhora mataria eles?
– Está bem... Confessarei. Não tenho mais por que esconder. Matei
o proprietário porque ele gostava mais do trabalho da caseira do que do
meu. Pagava um salário muito maior para ela que trabalhava muito menos
do que eu. Uma injustiça! E a caseira vivia se gabando por ter um salário
muito maior do que o meu e também porque era mais paparicada pelo
proprietário. Eu me sentia humilhada até que um dia, encontrei o
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