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2º Conto: Uma História de amor                                          Compromisso assUmido no plano espiritUal


               Contudo, Liz, observando que a casa onde eles moravam, além de ser
          modesta, ter apenas dois quartinhos, uma sala, um banheiro e uma varanda
          sem nenhum luxo, estava estiolada, suja, sem nenhuma higiene. Era realmente
          calamitosa a situação de seus pais.

               Ali, ela abraçou os dois, choraram juntos, copiosamente. Ela enxugava
          as lágrimas dos pais, falava de seu temor desde criança, e descrevia para os
          pais as características físicas, espirituais dos seus quatro filhos.

               Falava da sua família com quem nunca a vira.

               Nenhuma lamúria, nenhuma queixa, nenhuma reclamação em relação
          ao seu esposo, Claro, e seus quatro filhos.

               Jamile, a mais velha, Claro Júnior, Flaviana e seu caçula, Raimundo Neto.

               A sua mãe, Santana, depois de muitos anos sozinha, e seu pai começa-
          ram a sentir a felicidade no coração.
               Viram que a filha estava bem, apesar de ter sido abandonada por eles. Ti-
          nha conseguido arrumar sua vida, família bem formada e todos estavam bem.

               Alguns filhos, já formados, a sua netinha Jamile também era médica,
          resolveu seguir a profissão da mãe, o seu netinho, o segundo dos filhos, cul-
          tuava a arte, havia aprendido a arte do pai, e junto com ele conseguiram fazer
          um belo patrimônio, que era administrado por eles.

               A netinha Flaviana, a terceira, estava cursando segundo grau e o caçula
          estava no ginásio, sendo que todos viviam bem em família.

               Dona Santana exclamou:―Meu Deus, será um sonho?

               ―É, Santana― dizia o Sr. Cabral ―, pelo menos parece que Deus não
          nos abandonou. Teremos pelo menos uma morte tranquila, para mim seria
          terrível saber que a nossa filha não tinha nos perdoado.

               ―É, bem! Eu conhecia muito bem nossa filha, seu coração era de man-
          teiga. Desde criança ela não conseguia ficar com raiva nem dos seus irmãos
          e muito menos de nós quando reclamávamos com ela por algo que não gos-


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