Page 79 - Livro Conto 01
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1º Conto: Laços afetivos                                                     enContro, desenContro e reenContro


                      asimiro, um dos benfeitores da Casa de Maria de Nazaré, mais
                      precisamente na área do planejamento reencarnatório, atuando
               Cnas causas da afetividade, ouvia atentamente o nosso caro e no-
          bre Francisco, que já fazia algumas horas que discorria em torno de suas encar-
          nações, mais precisamente aquelas seis últimas existências, as quais lhe foram
          concedidas objetivando unicamente o aprimoramento no campo afetivo.
               Falava das ocorrências negativas que tivera em cada uma delas, quando
          foi interpelado por Casimiro com a seguinte pergunta:

               Caro companheiro, falaste muito sobre o teu passado, discorreste sobre muitas ocor-
          rências, inclusive uma delas no Estado do Piauí, em um local que não constava no mapa
          como sendo cidade reconhecida. Mas é um local do planeta que faz parte deste imenso
          universo que muitas criaturas ainda não acordaram para valorizar. Vejamos as coisas que
          você disse: Que nessa existência não teve nenhum sucesso; então, você não teve nenhuma
          existência com êxito?

               ― Claro, meu irmão e amigo. Eu preferi falar primeiramente das mi-
          nhas existências que não logrei um “aspa” de êxito, mas se você quer saber, eu
          aprendi muito mais nessas quatro que fracassei, porque descobri que estava
          muito distante do amor que Jesus viveu e nos ensinou a amar, esse sol divino,
          esse astro- rei que preferiu morrer na cruz, fazendo com que o seu sol se tor-
          nasse uma eterna luz para nos guiar na escuridão para todo o sempre.

               Francisco prossegue sua triste narrativa:

               “Quando acordei, estava fazendo muitas maldades, precisamente ao ver meu
          próprio pai sendo devorado por um cão e não ter a sensibilidade de evitar aquilo.
          Pois vibratoriamente eu creio que eu atraí aquele cachorro comigo para matar meu
          pai, uma vez que não o havia perdoado ele ter me arrancado do colo da minha mãe,
          sua escrava, que fazia seus gostos não somente servindo-lhe como doméstica, mas
          também como amante; assim foi que fui gerado, com muita maldade, rejeitado, não
          pela minha muito estimada e doce mãe, mas por ele, cruel criatura.”

               “Então projetei minha vingança. Queria vingança. E passei toda minha
          existência criando em minhas telas mentais imagens de como seria a derradei-
          ra hora do maldito. Maldito pai, era assim que eu o tinha.”


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