Page 93 - Livro Conto 01
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1º Conto: Laços afetivos enContro, desenContro e reenContro
V amos esclarecer como se estabeleceu tal inimizade.
Dusmenil foi um rico comerciante que vendeu muito ao nosso
irmão, pai de Salvina, para a sua empresa. Dusmenil era um
fornecedor, ao qual, o pai de Salvina devia muito, e cuja dívida havia sido
contraída antes do nascimento dela.
Foi sua derrota. Mas ele nem desconfiava que estivesse arruinado após
fazer negócios com “um amigo” na mesa de bar. O pai de Salvina não assi-
nou nenhuma promissória. Comprou praticamente quase todo o estoque,
Dusmenil confiou na palavra de um amigo. No dia seguinte, entrega todo o
estoque, feliz porque havia feito uma boa venda.
Chega o dia do pagamento. O nosso irmão, impiedosamente, nega tal
dívida. Dusmenil disse enraivecido: ― vou entrar com advogado, você pagará
nem que seja no inferno.
O pai de Salvina deu umas gargalhadas e disse: ― tribunal nenhum
fará com que eu te pague. Pois você, Dusmenil, não tem provas. Eu posso
até ser criminoso, ser um ladrão, mas a justiça dos homens só pega se tiver
provas nos autos. Nosso papo se encerra aqui. Não me procure mais, eu
não sou teu amigo. Esses anos todos, faz uns quinze anos, se não me perdi
na contagem, eu me aproximei de ti com o objetivo dar-te o golpe; Pois
o que eu mais queria era ficar rico, rico. Sabe o que é isso? É ter poder,
fama, nome ― ironiza― , veja só como consolidei meu nome. Os Rochas
nasceram deuses.
― Nossa, como você é cruel! Eu não posso te perdoar.
Dusmenil não havia perdoado seu rival. E nossa irmã, Salvina, foi pre-
parada, juntamente com seus pais, para receber este espírito.
Mas ali mesmo ficara sabendo que o outro espírito, também amigo,
teria desistido da reencarnação. Assim, não seriam mais quatro, e sim, três.
Quem seria os outros dois?
O mentor adverte: ― Francisco, vamos primeiramente concluir a história de
Dusmenil.
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