Page 88 - Livro Conto 01

1º Conto: Laços afetivos enContro, desenContro e reenContro

― A família do Senhor Pedro está passando por um processo de per-
turbação, o seu genro está muito doente, escondeu-se de todos. Seu espírito
foi trazido para este ambiente, enquanto ele repousava com o sono, para ou-
vir e se instruir. Ele está presente.

Extasiado com as reminiscências do passado, lembranças e mais lem-
branças, a única coisa que Francisco não sentia era saudades, pois o seu pas-
sado servira-lhe de referência para si e para o seu próximo como exemplo
para não errar mais.

A nossa muito estimada Salvina, também fazia referências à sua vida
passada, momento oportuno planejado pela força do altíssimo com finalida-
des superiores, pois se planejava um reencontro de almas que não estavam em
comunhão de pensamentos.

Salvina, apesar da mágoa que sentia dos seus pais, por terem-na
obrigado a uma vida de desventura que não queria, quando a obrigaram a
ficar anos e anos num convento para ser freira, sem seu consentimento e
desejo. Ali, ela estava avisada pela intuição, que dali para frente teria uma
vida diferente.

Compadecida pelo amor- perdão de Francisco em relação ao seu
pai, que lhe renegou, ela aproveitou o ensejo e se inebriou, embriagou de
amor, de vida.

Quando, de repente, uma voz dulcíssima pediu-lhe que olhasse para
trás. Olhando para o infinito tem a visão dos seus amados pais e vai ao en-
contro deles. Abraçaram-se, e logo levou seus velhinhos para seus postos de
atendimento, uma vez que eles ainda mantinham os mesmos vestígios do
desencarne.

― Coitados! ― referiu-se o pai de Francisco ― Nossos irmãos sentem as mesmas
dores e sangram. Vamos ajudá-la, necessitará de apoio, porque seus pais terão visões, lem-
branças do passado, quando eles descobrirem que suas propriedades foram vendidas pela
sua filha Salvina e que não são mais donos de tais propriedades, digo, resistirão ao auxílio,
teremos que fazer umas terapias, a fim de que durmam por mais alguns dias até que este-
jam mais preparados para ouvirem a verdade.

88