Page 87 - Livro Conto 01
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1º Conto: Laços afetivos                                                     enContro, desenContro e reenContro


          tinham moradia, comprei um terreno enorme e construí um abrigo de idosos,
          em outra propriedade, bem próxima da cidade, mandei fazer uma escola para as
          crianças da zona rural e, posteriormente, uma creche para as mães que trabalha-
          vam deixarem seus filhos. Quando no término de seis anos, após o desencarne
          de meus pais, sofri uma forte pneumonia. Logo fiz a minha viagem e aqui estou.

               Salvina continuava, sem ser interrompida: ― Fiquei sabendo por ben-
          feitores espirituais que meus pais estão bem próximos a mim. Creio que eles
          poderão até terem sido acolhidos hoje, aqui, através desta vibração que par-
          ticipo. Desde a minha partida foi que tive a oportunidade de fazer esse desa-
          bafo. Quero muito, muito mesmo agradecê-los, porque estou quase certa que
          este nosso encontro não foi por acaso. Foi marcado pela providência divina,
          para fazer atendimento aos meus pais desencarnados há dezesseis anos.
               Realmente fora tudo planejado.

               De repente, Senhor Francisco grita: “Senhora Salvina, olhe para trás!
          Olhei! Para minha surpresa lá vem os Rochas, meus pais, com os mesmos
          trajes quando da partida, no acidente! Ainda sangrando e gemendo, a minha
          atitude foi correr e abraçá-los, beijá-los, acolhê-los!”

               “Daí para  frente passei não mais a ser uma auxiliar  de assepsia, da
          limpeza do ambiente, passei a ser uma enfermeira dedicada e autêntica e fui
          ajudar a cuidar dos doentes na Ala onde meus pais foram acolhidos.”

               “Agradeço muito a Deus a bênção de um bom diálogo.”

               O Senhor Francisco ouvia atentamente aquela oração e disse:

               ― Dona Salvina veja como é importante para nós, espíritos, e para os
          humanos da Terra aproveitar todo o tempo numa visita que fazem a um ami-
          go enfermo, aos pacientes, levarem a boa palavra, que ajuda, esclarece, conso-
          la, encaminha a criatura para o bem ― Francisco revela: ― Esse diálogo que
          tive com o meu pai foi planejado. Sabíamos que estaríamos sendo assistidos
          por alguém, só não fomos informados por quem seria. Enquanto esse diálo-
          go transcorria, outras pessoas da Terra teriam oportunidade de acompanhar.

               ― Como assim?


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