Page 85 - Livro Conto 01
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1º Conto: Laços afetivos                                                     enContro, desenContro e reenContro
               O

                        diálogo entre pai e filho ocorreu na mais perfeita harmonia,
                        flores, cores, uma onda florestal do campo espiritual produzi-
                        da por aqueles espíritos se formou como um grande festival
          de poema musical, quando interpelados por Dona Salvina em torno do as-
          sunto em pauta.

               ― Senhor Francisco, percebi quando o senhor chegou aqui, neste am-
          biente, com o seu papai. Fiquei ouvindo o diálogo dos senhores. O que me
          proporcionou um grande alento! Estou passando por uma dificuldade de or-
          dem afetiva muito parecida com o caso do passado dos senhores. O que pude
          captar de bom em toda essa história triste foi o perdão. O que passou, passou.
          Foi um grande aprendizado, eu sei que em dolorosa prova foram aprovados
          com certeza, porque quando nos damos o autoperdão e somos capazes de
          perdoar, estamos aptos a passarmos nas provas a nós concedidas. Parabéns!
          Fiquei tão emotiva que me esqueci de apresentar-me aos senhores. Eu sou
          Salvina Rocha. Estou nesta ala há dez anos, aqui eu sou uma das auxiliares de
          limpeza. Faço assepsia do ambiente espiritual, e hoje pude observar algo de
          maravilhoso. Quando vocês, ao dialogarem, com a maior alegria, desprendi-
          mento e esquecimento completo de ódios, de mágoas, foram instrumentos
          para que Rocha e Ana Carolina pudessem ser atendidos juntamente com uma
          equipe de espíritos que estavam sendo remanejados da ala dos espíritos en-
          durecidos para a ala de espíritos que estão na regeneração. Somente hoje foi
          adquirido neste ambiente, elemento fluido magnético, plasmado pelo fluido
          cósmico universal para este socorro, cuja equipe espiritual atende nesta área
          da Casa de Maria de Nazaré, onde todos os espíritos são doentes daquela
          doença que a humanidade toda é acometida.

               ― A qual doença se refere, Senhora? ― quis saber Francisco.

               ― Egoísmo, orgulho, chaga peçonhenta, lepra, praga que tem tirado a
          vida das criaturas. Quando eu penso que quando eu vivia na Terra, aos meus
          dezoito anos fui levada a um enclausuramento por vontade de meus pais e
          não por opção minha...

               ― Como assim, Dona Salvina? O que queres revelar para nós com esta
          conversa?


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