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Lançou  mão  de  Recurso  Especial  e  Extraordinário,  sendo  que  a  ambos  foi  negado

                  seguimento.
                         Interposto Agravo de Instrumento contra a decisão que deixou de admitir o Recurso

                  Especial, foi dado provimento ao Agravo. Todavia, apreciado o Recurso Especial ajuizado, foi

                  negado seguimento ao recurso.
                         Inconformado C.R.O utilizou-se de Ação Rescisória, com o intuito de desconstituir a

                  decisão proferida no Acórdão n.º 70021647227.
                         É importante registrar de plano, para enriquecer este trabalho, que no Brasil, durante o

                  século XX, a teoria da autonomia e independência entre as instâncias penal e administrativa
                  foi amplamente defendida pela doutrina, reconhecida pela legislação e jurisprudencialmente

                  aplicada. Não obstante, nos últimos anos, essa teoria começou a ser questionada por uma nova

                  doutrina  que,  influenciada  especialmente  pela  espanhola,  defende  a  adoção  no  direito
                  brasileiro da unidade do poder punitivo estatal.

                         Essa teoria concede a repressão estatal em sentido amplo da qual são manifestaçõesàs
                  vias punitivas, penal e administrativa, de forma que os princípios constitucionais limitadores

                  do poder punitivo, tradicionalmente vinculados ao Direito Penal, também devem ser aplicados
                  à repressão administrativa. Dessa concepção ampla de poder punitivo, decorrem à aplicação

                  do ne bis in idem na relação entre as instâncias penal e administrativa geral.

                         É importante ainda frisar que a ordem jurídica brasileira agasalha a teoria da unidade
                  do poder punitivo estatal através de critérios objetivos para caracterização da identidade de

                  sujeitos, fatos e fundamentos quando da incidência do ne bis in idem nas relações entre as

                  instâncias penal e administrativas.


                  1  Síntese  da  sentença  da  magistrada  CarolinaGranzotto  que  julgou  parcialmente
                  procedente a Ação Civil Públicaajuizada pelo Ministério Público


                  2ª Vara Judicial da Comarca de Jaguarão/RS

                  Processo nº: 055/1.06.0000267-1

                  Natureza: Ação Civil Pública
                  Autor: Ministério Público – Promotora de Justiça Cláudia Ferraz Rodrigues Pegoraro

                  Réu: C.R.O.
                  Juiz Prolator: Juíza de Direito - Dra. Carolina Granzotto

                  Data: 25/05/2007


                  Preliminares



                                                                                                             629
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