Page 11 - Cinemas de Lisboa
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Em 1909 surgem, em Lisboa,  a  "Portugalia Film",  de João Freire  Correia e Manuel Cardoso, com
                  financiamento de D. Nuno de Almada e a "Empresa Cinematográfica Ideal" de Júlio Costa.

                  A década de  1910-1919 foi a  mais fértil na abertura de  novas salas, sobretudo na área  dos
                  Restauradores. Na altura, a capital possuía cinco importantes salas de estreia: o "Chiado Terrasse", o
                  "Salão Trindade", o "Salão Central", o "Olympia" e o "Condes". No caso do Condes, até 1915, o velho
                  “Teatro da Rua dos Condes”,  ainda não tinha  aderido ao espectáculo  cinematográfico, inaugurando
                  nesse ano  a primeira temporada cinematográfica, que nos primeiros  meses se revelou um sucesso.
                  Surge então José Castelo Lopes, que o adquire, efectua obras e transforma, em 1916 o "Teatro da Rua
                  dos Condes" no cinema "Condes", rápidamente revestido de grande prestígio, passando a ser a principal
                  e mais bem frequentada sala de Lisboa.


                  De 1912 a 1917, o cinema português sofre uma crise e, embora haja um grande incremento em termos
                  de abertura de salas de cinema e surjam três novas distribuidoras ("Empresa Internacional  de
                  Cinematografia", "J. Castello  Lopes Lda."  e  "Sociedade Raul  Lopes Freire"),  e a melhor produção é
                  caracterizada predominantemente pelo documentário.

                  Gabriel Georges Pallu (1869-1948) foi o primeiro realizador de filmes mudos em Portugal. Apaixonado
                  pelo cinematógrafo como amador, começou a fazer carreira profissional em 1911, abandonando a rotina
                  do seu monótono trabalho de secretariado. Integrou assim os quadros técnicos da empresa de produção
                  e de fabrico de material de cinema "Pathé Frères".


                  Contratado pela produtora "Invicta Film" numa deslocação a França de responsáveis desta importante
                  empresa da cidade do Porto, no momento da sua constituição, Georges Pallu trabalharia em Portugal
                  durante cerca de cinco anos. Fundada em 1914, foi pioneira na produção industrial de filmes no país, e
                  manteve Georges Pallu como colaborador até ao encerramento das suas actividades de produção em
                  1924. Depois do seu regresso a França, Pallu realizou mais alguns filmes no seu país, até ao final dos
                  anos  trinta.  Foi  nomeado,  em  1919,  Cavaleiro  da  Ordem  de  Cristo  pelo  Presidente  da  República
                  portuguesa António José de Almeida.

























                                                          Georges Pallu

                  Quando a produtora portuense "Invicta Film" dá início à sua produção contínua de filmes portugueses,
                  inicia-se a cruzada contra a crescente presença e influência das produções estrangeiras. Recorre-se ao
                  motivo português, à exibição do património e do orgulho na literatura nacional conjugados com elencos
                  portugueses. E lança o seu lema ao distribuir "A Rosa do Adro":  «Romance português, filme português,
                  cenas portuguesas, artistas portugueses».

                  Na  década  de  20  do  século  XX  Portugal  entrou  num  período  de  grande  actividade  da  indústria
                  cinematográfica, considerada já a segunda a nível mundial. A "Invicta Film, Lda.", fundada em 1914 e
                  sediada no Porto, e a primeira empresa que se tinha constituído em bases sólidas no nosso país, além







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