Page 115 - Cinemas de Lisboa
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Estúdio 444 (1966-1988)














































                  O Cinema “Estúdio 444”,  localizado na  Avenida Defensores de Chaves, em Lisboa, e projectado pelo
                  arquitecto Henrique V. de Figueiredo e propriedade da firma “Belga & Faria, Lda.”, foi inaugurado em 26
                  de Abril de 1966. O seu nome foi inspirado na lotação da sala que era para 444 espectadores. Da firma
                  proprietária fazia parte Joaquim Brás Ribeiro Belga, que já era proprietário dos cinemas “Roma” e do
                  “Avis”.

                  Depois da alteração  legal que, em 1959, permitiu a construção  de salas  em  prédios de habitação e
                  comércio, vários novos cinemas nasceram em garagens, caves e anexos adaptados.  Eram pequenas
                  salas de cerca de 200  a 300 lugares  que programavam cinema de autor  americano e europeu  e
                  clássicos para um público cinéfilo. O primeiro foi a sala “Estúdio” no Cinema “Império”, inaugurada em 30
                  de Outubro de  1964, seguida do Cinema “Mundial” inaugurado na Rua  Martens Ferrão em 22 de
                  Setembro de 1965.

                  O responsável pelo projecto de construção do “Estúdio 444”, foi o arquitecto Henrique V. de Figueiredo,
                  que traçou o edifício  de apartamentos e o cinema, com 444 lugares, aproveitando a cave do prédio,
                  embora a entrada se fizesse no rés-do-chão. A sua morte, ocorrida  meses  antes da conclusão  do
                  Cinema, não o deixaria finalizar a obra, que seria concluída sob a orientação do conhecido homem do
                  cinema e da rádio Américo Leite Rosa, que, também seria o responsável pela decoração.«Sacrificaram-
                  se luxos exagerados e requintes desnecessários em benefício da comodidade do espectador. O novo
                  cinema, com efeito, reúne todas as condições para bem cumprir a sua missão - construído nos baixos de
                  um edifício urbano, tal como acontece, hoje, nas mais modernas capitais, encontra-se equipado com
                  óptima aparelhagem em formato normal e em cinemascópio.» in: jornal “Diario de Lisbôa”.

                  No dia da sua inauguração, 26 de Abril de 1966, o jornal “Diário Popular” referia:
                  «Destinada, primeiro, a uma garagem, depois a um snack-bar, acabou por se transformar num moderno
                  cinema a cave de um prédio na avenida Defensores de Chaves (em Lisboa).





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