Page 70 - Cinemas de Lisboa
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«Em 1926, a produtora Warner Brothers lançou o primeiro sistema sonoro, conhecido como Vitaphone,
                  e, em 1927, produziu O  Cantor de Jazz,  de Alan Crosland,  protagonizado  por Al Jolson e  que é
                  considerado o primeiro filme sonoro. A transição do cinema mudo para o sonoro foi tão rápida que
                  muitos dos filmes distribuídos entre 1927 e 1929, e que tinham começado seu processo de produção
                  como filmes mudos, foram sonorizados depois para se adequarem a uma procura crescente do público.
                  Foi o que aconteceu com White Shadows in the South Seas (Sombras Brancas nos Mares do Sul, 1928)
                  de W.S. Van  Dyke. O filme é conhecido por ser o primeiro filme  da  MGM (a última  das grandes
                  companhias a aderir o sonoro), a ser lançado com som pré-gravado. O som era composto por alguns
                  efeitos sonoros, como o vento  uivando, uma tempestade,  árvores abanando  e uma palavra “Olá”.  A
                  produção em 1927 começou como um empreendimento conjunto entre o documentarista Robert Flaherty
                  e a  MGM com W.S. Van  Dyke como segundo director e foi filmado no Tahiti,  apesar dos créditos de
                  abertura dizerem que era nas ilhas Marquesas. Flaherty, ao chegar ao Tahiti, começou a filmar o filme a
                  um ritmo que não agradava à MGM e depois de discutir com Van Dyke, deixou a produção, deixando
                  Van Dyke como único director do filme. Van Dyke iria terminar o projecto dentro do prazo. No entanto,
                  Flaherty filmou algumas cenas antes de sair da produção, e algumas cenas suas podem ser visto na
                  cópia existente.» in blog “Lisboa em Movimento”.


                  No seu primeiro ano  de  actividade,  as produções  documentaristas portuguesas, mudas, estreadas no
                  “Royal Cine” foram as seguintes:

                  5 de Abril de 1930 - “Lisboa Filme” estreia, “Porto de Lisboa”.
                  29 de Maio de 1930 - Estreia “Arredores de Lamego”, da “Lisboa Filme”.
                  10 de Julho de 1930 - “Royal Cine” produziu e estreia “Arredores de Sintra”, com realização de F. Gomes
                  Prata.
                  24 de Julho de 1930 - “Lisboa Filme” produziu, e estreia “São Pedro do Sul”.
                  9 de Outubro de 1930 - “Royal Cine” produziu, e estreia “Graça-Lisboa”, por Agostinho de Mendonça.
                  23 de Outubro de 1930 - “Sociedade Universal de Superfilmes” estreia, “A Palmeira de DenDen”, pela
                  “Missão Cinegráfica a Angola”, em produção de António Antunes da Mata.





















                  A última sessão cinematográfica no “Royal Cine”, teve lugar em finais de Dezembro de 1983 com o filme
                  "A Última Organização do Terceiro Reich".

                  Na década de 80 do século XX, tem lugar a adaptação do edifício a supermercado, com uma mini galeria
                  de lojas no átrio, o que implica demolições, restando hoje do antigo edifício apenas a fachada e o átrio
                  da entrada, devidamente restaurados e conservando a sua traça original tanto na fachada como nos
                  interiores.
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                  Para consulta do respectivo artigo no blog “Restos de Colecção”, acedendo a mais fotos e  documentos,
                  com referência às fontes de onde foram retirados os mesmos e, igualmente, alguns reproduzidos aqui,
                  clicar no seguinte link:



                                     http://restosdecoleccao.blogspot.com/2014/11/royal-cine.html






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