Page 102 - PEQUENAS VERDADES DISTRAÍDAS
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EU MENINO III


          Oblíquo colibri menino,
          Olhos intensos, enegrecidos, avaros,
          Duros e hipnóticos pedintes.
          Filho matutino do tempo,
          Deitava-se sobre a relva,
          Enquanto assentava-lhe a alma
          Uma réstia de sol sustenido;
          Ouvia, atento e curioso, o canto de outros passarinhos;
          Levantava, corria e saltava galhos de mangueira
          Como pulasse corda sobre a estrela de Centauro.

          Oblíquo colibri menino,
          Cabelos cingidos tingidos, graúno curumim,
          Camisa alva alvoroço alvorecer,
          Havia em seu semblante um enigma,
          Menino pássaro que o canto enleia,
          Espargia aventuras pelo quintal, seu mundo,
          Enfiando-se entre folhas,
          Na companhia de obtusos sapos;
          Escondia-se dos outros pueris soldados;
          Confundia-se entre plantas agrestes;
          E em danação, papel deixado ao acaso,
          Entregava-se a libertinagem brincante dos ventos.


          Oblíquo colibri menino,
          Boca reticente, mameluca, declinava mistérios;
          Não media palavras, palavroso, palavrões palavrava.
          Cabeça oca,
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