Page 81 - PEQUENAS VERDADES DISTRAÍDAS
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Deus dos humilhados olhai por mim!
E dai-me a graça para pagar essa pinga de praça.
(x2)
Senhor, perdoe meus desejos vãos,
Perdoai esse que estende a mão,
Pois no delírio do meu canto rouco
O que não me falta é pão.
Misericórdia da minha miséria.
Na fila dos que esperam,
Transito movendo velha carcaça,
Na fila dos que esperam,
Sofro, trabalhando ou não, vestindo couraça,
Apego-me ao efêmero, como, consumo
Sobrevivo em rótulos de margarina,
Coração aquartelado pulsa,
Repulsa em desassossego, corpo desejante de toxina.
Deus dos humilhados olhai por mim!
(x2)
Senhor, perdoe meus desejos vãos,
Perdoai esse que estende a mão,
Pois no delírio do meu canto rouco
O que não me falta é pão.
Misericórdia da minha miséria.
Na fila dos que esperam,
Entre tantos que disputam o osso
Um vencerá e essa será minha glória.
Na fila dos que esperam,
Contadores de piadas sujas vestem toga
E na ausência de tudo, imposto composto
Roubarão o troco da minha droga.
Deus dos humilhados olhai por mim!