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espólio de Wellington. A segunda representação de Leiria é a de 1816, e que,
                                                        estranhamente, é única no século XIX, até que, em 1919, o coronel Alexandre Costa
                                                                                                                      4
                                                        Pereira, bisavô do autor, faz o levantamento da cidade e do seu castelo , significando que
                                                        durante 100 anos Leiria não necessitou de uma nova planta, talvez porque não tenha
                                                        evoluído significamente desde o final da Guerra Peninsular até à implantação da República!
                                                            Para a segunda parte do século XIX existem igualmente inúmeras fotografias sobre
                                                        Leiria, que poderiam ser apresentadas e cotejadas com as gravuras apresentadas. Pre-
                                                        ferimos não o fazer, deixando ao leitor esse trabalho, e também para não aumentar o
                                                        número de páginas deste álbum. O exame detalhado das gravuras que se apresentam
                                                        neste álbum permite compreender como era Leiria no século XIX. No entanto, não nos
                                                        esqueçamos que muitas das representações não são completamente fiéis. Por exemplo,
                                                        veja-se como ao longo dos anos foi representado o telhado da torre sineira (à esq.) que
                                                        é apresentada até por um telhado turco ou mesmo simplesmente com quatro águas!
                                                            Anexa-se igualmente um conjunto de gravuras referentes às Invasões Francesas en-
                                                        tre 1808 e 1812, uma vez que Leiria muito sofreu com elas. Leiria foi destruída em cerca
                                                        de 50 %   quando da retirada das forças francesas comandadas por André Massena e
                                                                5
                                                        pareceu-nos importante incluir neste álbum o registo gráfico de batalhas travadas em
                                                        Portugal. Para quem queira compreender o impacto das Invasões Francesas em Leiria e
                                                        mesmo na região, poderá consultar duas publicações da minha autoria, uma editada pelo
                                                        CEPAE, As destruições provocadas pelas invasões Francesas em Leiria e William
                                                        Charters – um oficial inglês em Leiria no século XIX, esta editada pela Textiverso.
                                                        Aguardamos que outros venham a publicar as gravuras oitocentistas de outras povoações
                                                        do distrito, como as que contemplam Alcobaça, Alfeizeirão, Batalha, Caldas da Rainha,
                                                        Nazaré, Óbidos, Ourém ou Porto de Mós.


                                                        4  CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo, QUEIROZ, Francisco, PORTELA, Ana Margarida. – Villa Portela, os
                                                        Charters d’Azevedo e as suas relações familiares em Leiria no sec. XIX. Lisboa: ed. Gradiva, 2007, p. 327, fig. 645.
                                                        5  CHARTERS-D’AZEVEDO, Ricardo – As destruições provocadas pelas Invasões Francesas em Leiria. Leiria:
                                                        CEPAE (http://www.cepae.pt/loja/colecao-estremadura-espacos-e-memorias-serie-ii.html), 2009.



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