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Em 1839, Leiria teve o privilégio de figurar na mais opulenta distingue-se muito bem a pequena ponte de S. Martinho que
coletânea de vistas panorâmicas da Península Ibérica editada ligava o Rossio com a Praça. Do lado esquerdo, o desenho não
no século XIX – o célebre álbum “Scenery of Portugal & passa além da Igreja de Santo Estêvão, mas em baixo mostra a
Spain” , publicado em Londres com desenhos de George casa Oriol Pena (hoje Montepio) que fora do deão da Sé de
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Vivian (1798–1873), passados à pedra litográfica por Louis Leiria, o dr. Francisco Xavier de Figueiredo. Do lado direito
Haghé (1806-1885), com duas edições, uma colorida e outra a vê-se parte da Sé, a torre sineira e o paço episcopal já com o
sépia. A estampa XIII do álbum apresenta Leiria, vista da margem telhado colocado, depois de ter ardido quando das invasões
direita do Lis, em frente da estalagem que abrigara Noël em francesas. Note-se que naquela altura a igreja de Misericórdia
1780. O aspeto geral da cidade não havia mudado muito em sobressaía do casario.
sessenta anos, mas o desenho de Vivian, por estar em maior
escala, oferece pormenores que Noël não desenhou. Assim, no Em 1840, “O Panorama” reproduziu grosseiramente, por
primeiro plano vê-se antiga ponte de três arcos sobre o Lis gravura em madeira, o belo desenho de Vivian. A mesma gravura
(demolida em 1902), em frente Fonte Grande; o Rossio aparece foi estampada em 1850 no vol. III da revista “A Illustração
com a animação de um dia de mercado, e aquém do arco Luso-brasileira”.
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