Page 23 - REVISTA IMPACTO ED 82
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AL-MS
Projeto de lei Foto: Victor Chileno
reconhece bovino
pantaneiro como
patrimônio Segundo ele, os primeiros registros da raça ocor-
cultural de MS reram por volta do ano 1500, quando os ancestrais ibé-
ricos, portadores de genes taurinos, foram inicialmente
introduzidos pelos canais do Rio da Prata e Rio Paraguai,
Proposta é de autoria do por expedições espanholas que vinham em busca de me-
tais preciosos no Peru. Posteriormente, de 1725 a 1736,
deputado Felipe Orro, à direita com o Ciclo do Ouro, outros grupos genéticos de origem
portuguesa foram trazidos para o Pantanal. Assim, do
cruzamento das raças surgiu o chamado bovino panta-
Por: Fabiana Silvestre
neiro, com DNA essencialmente europeu e oriundo es-
deputado Felipe Orro (PSDB) apresentou sencialmente da miscigenação de 11 raças, sendo cinco
O projeto de lei, durante a sessão plenária des- espanholas e seis portuguesas.
ta terça-feira (1/8), que reconhece o bovino pantaneiro Em 1928, criadores da Nhecolândia, na região
como Patrimônio Cultural e Genético de Mato Grosso do compreendida pelos rios Taquari, Negro, Miranda e Pa-
Sul, “por constituir patrimônio natural portador de refe- raguai, introduziram touros das raças Shorthorn e Here-
rência e identidade às ações e à memória da sociedade ford, com o intuito de melhorar as características zootéc-
sul-mato-grossense”. Na justificativa da proposta, o par- nicas do gado pantaneiro. O deputado Orro reiterou que
lamentar faz um retrospecto da história e importância da o bovino pantaneiro entrou em decadência no início do
raça para a identidade do Estado. séculos XX, em função de cruzamentos com outras ra-
“A origem dos bovinos pantaneiros se confunde ças, em especial os zebuínos, como a raça Nelore, mas é
com os primórdios da pecuária no Pantanal. Também um grupo genético altamente adaptado ao ambiente pe-
chamado de cuiabano, jofreano, taquati, taboqueano ou culiar do Pantanal. “Saber que existe um gado europeu
tucura, este bovino está intimamente associado às tradi- geneticamente resistente e adaptado às condições ecoló-
ções culturais do povo pantaneiro, estando eternizado gicas extremas do Pantanal é algo maravilhoso e merece
nas poesias e nas modas de viola como ‘boi soberano’, ser preservado como patrimônio cultural e genético do
‘boi fumaça’, ‘boi cigano’, entre outros”, afirmou Orro. nosso Estado”, concluiu.
REVELAÇÃO
A mais jovem revelação da música sertaneja
sul-mato-grossense, Dani Santana, que tem
feito apresentações que levam o público ao
delírio no interior do Estado. Interpretando
todos os gêneros musicais, em especial o
sertanejo (raiz e universitário), Dani Santana
já está em estúdio gravando o primeiro
CD da música de trabalho, que será lançado
ainda este ano, com o apoio
da Impacto Music.