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OPINIÃO : Cursos Profissionais - “Bebés” nas multinacionais
Portugal é dos países europeus com maior taxa de emigração em início de carreira. Talvez
porque os recém-licenciados procuram mais e melhores condições ou, simplesmente, não são
valorizados por ainda serem vistos como os “bebés” acabadinhos de chegar às grandes multina-
cionais.
Este é um tema que deveria preocupar mais do que, atualmente, preocupa o Governo portu-
guês. De facto, o Estado gasta, em média, 7.307€ por aluno no Ensino Superior, mas a questão
é: porque gastar tanto dinheiro na formação de jovens se, depois, não se investe no seu início
de carreira?
Assim, começa a tornar-se fulcral a criação de postos de trabalho e benefícios para que os re-
cém-licenciados queiram ficar no país, de modo a que a sua contribuição para a Economia seja
o retorno do dinheiro investido na sua formação. O sistema jurídico-financeiro tem condições pa-
ra beneficiar fiscalmente pequenas, médias e grandes empresas que contratam jovens licencia-
dos ou, ainda, oferecer a estes jovens meios para criarem os próprios negócios.
É importante não esquecer que jovens emigrantes são sempre muito valiosos para os países de
acolhimento, pois não tiveram qualquer despesa na sua formação e apenas vão lucrar com o
seu trabalho.
Em suma, reforça-se que o Governo deve direcionar alguma atenção para os jovens licenciados
enquanto não se torna “moda” a emigração aquando da finalização do Ensino Superior.
André Palma Carlos | 11.º PGD
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