Page 32 - REVISTA MULHERES EDIÇÃO 21
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ser  identificadas,  mas  relatam  terem  sido  vítimas  de  estupro. Apesar  dos
                                      traumas, das frequentes crises de ansiedade e do medo de falar sobre o as-
                                      sunto, elas acreditam que juntas as mulheres estão mudando essa realidade.
                                         “Quando uma mulher realiza uma denúncia e fala sobre isso ela não tem
                                      noção do quanto encoraja outras mulheres a também quebrarem o silên-
                                      cio”, disse Ana. “Tem sido muito difícil pra mim lidar com o olhar das pes-
                                      soas que me questionam e com o medo que eu sinto todos os dias”, revelou
                                      Maria. “Pra mim, o mais difícil foi aceitar que fui estuprada todos os dias
                                      por mais de 10 anos por meu ex-marido sem nem saber que aquilo era um
                                      estupro”, contou Luana.
                                         Já  Alyne aposta na vocação de grupos como o Mulheres do Brasil
                                      para quebrar a crença de que mulheres apenas competem entre si. “Essa
                                      cultura patriarcal e, consequentemente, a cultura do estupro, começa a
                                      perder espaço para políticas e ações realmente efetivas e eficazes para a
                                      sociedade”, observou.
                                         De modo geral, Alyne, Tatichelle, Ana, Maria e Luana concordam que,
                                      para transformar essa cultura, não basta que as mulheres denunciem e se
                                      articulem em grupos e coletivos. É fundamental que, além disso, exista
                                      uma mudança nos órgãos competentes e nos profissionais que atendem
                                      diretamente às vítimas. Afinal, os grupos passam, mas as políticas públi-
                                      cas bem implementadas ficam. Isso sem falar da necessidade de mudança
                                      da postura dos homens, que precisam colaborar na construção de mascu-
                                      linidades mais sadias.
















































               Aline Gondim  em encontro do Grupo Mulheres do Brasil



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