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a médica do pronto-socorro me disse
                       para procurar um médico com certa
                       urgência, entendi que era grave”, con-
                       fessa. Dali em diante, foram nove me-
                       ses “doídos, chorosos e tristes”. Mesmo
                       assim, nunca pensou em desistir. Agar-
                       rou-se em Deus e na família e lutou bra-
                       vamente. Fez 26 sessões de radioterapia
                       e precisava de quatro de braquiterapia,
                       no entanto, as últimas eram feitas em
                       Uberlândia,  cidade  a  mais  de  100  km
                       de Uberaba. Além das dores por todo o
                       corpo, o tempo inteiro, havia mais um
                       problema. “Eu não cabia na ambulância
                       da prefeitura pelo meu tamanho”. Por
                       isso, precisava de outra forma de viajar.
                       O que não podia, em hipótese alguma,
                       era deixar de fazer o tratamento. Nessa
                       hora, já com o contato da Cláudia em
                       mãos, conversou com ela e pediu uma
                       ajuda, uma luz. Cláudia se reuniu com
                       os outros membros da entidade, que an-
                       gariaram fundos e custearam a viagem     Teresinha buscou apoio em Deus e na família
                       de carro para a paciente. “Foi de grande
                       valia”, comemora Teresinha. Não é só o
                       transporte,  é  o  abraço,  o aconchego,  a
                       atenção, o respeito, a admiração. Esses
                       já são valores importantes para se viver
                       bem, porém, em momentos de enfermi-
                       dade, são mais preciosos ainda. E o me-
                       lhor: não têm preço! vêm do coração!
                         O contato entre Cláudia e Teresinha
                       só aumentou. Tempos depois, por acaso,
                       se conheceram pessoalmente. Ah, e haja
                       braço pra tanto carinho! Duas guerrei-
                       ras  que  hoje  se  empenham  em  ajudar
                       quem precisa.  “A gente vê o câncer
                       como algo terminal. Nunca é interpreta-
                       do como uma gripe, uma pedra na vesí-
                       cula, um apendicite”, afirma Teresinha.
                       E não pode ser assim. Quem recebe o
                       diagnóstico não ganha uma certidão de
                       óbito. É preciso lutar, dar as mãos e ter
                       força e coragem. É justamente isso que
                       a ACCvEC tem feito. “A associação sig-
                       nifica amor. Nenhuma situação é difícil
                       o bastante para que você não possa usar   Teresinha, ainda  em  tratamento,  se manteve  brilhante  por
                       pra abençoar outras pessoas. Nós temos   dentro e por fora
                       muito a contribuir e não se trata só de
                       nós, mas de um todo. Nós somos um
                       todo”, conclui Cláudia.


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