Page 38 - Relatório oficial para entrega
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O racionalismo defende que o conhecimento é adquirido  por meio  da razão, sem  a
                  participação dos sentidos. O racionalismo de Descartes defende que algo só é verdadeiro se possa

                  ser comprovado sua existência.
                     Descartes utilizou o conceito de pensamento no sentido amplo, como exemplo, sentimentos,

                  imaginação e crenças, considera que para conhecer é preciso colocar estes em dúvida. Para este

                  filósofo a única verdade livre da dúvida é que pensamos e se pensamos, existimos. Por isso sua
                  frase: “Penso, logo existo. ”


                     2-  A dúvida sobre as ideias que nascem dos sentidos.

                     De acordo com Cotrim e Fernandes (2013, p.44), (...) Descartes começa seu exercício da
                  dúvida questionando os sentidos como fonte segura de conhecimento.



                                         Tudo o que recebi, até presentemente, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o
                                         dos sentidos ou pelos sentidos; ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos
                                         eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou
                                         uma vez (Meditações, p. 17-18).



                     (...) As pessoas quase sempre confiam naquilo que vê, ouve e sente, pois, os cinco sentidos

                  (visão, audição, tato, paladar e olfato) seriam a primeira e fundamental fonte de informação
                  sobre o mundo que nos cerca. Descartes argumenta, no entanto, que o conhecimento originado

                  das percepções sensoriais não é confiável, pois muitas vezes elas nos enganam. É o argumento
                  do erro dos sentidos. Quantas vezes você viu ou ouviu uma coisa e depois se deu conta de que

                  havia se enganado? Por exemplo, assistindo a uma competição esportiva, no estádio ou pela

                  televisão, com frequência as pessoas enxergam coisas distintas em um mesmo lance e acreditam
                  terem tido a visão mais real e certeira possível. o mesmo ocorre com os outros sentidos: seja na

                  audição, no olfato, no paladar ou no tato, há muita discordância nas
                  percepções individuais e é difícil o consenso. Portanto, voltando a Descartes, ele acreditava que

                  não seria possível fundar uma ciência universal, aplicável a tudo o que existe – que era sua

                  pretensão –, baseando-se nas percepções sensoriais. Só que ignorá-las não é algo assim tão fácil,
                  como ele mesmo reconhece:


                                         Mas, ainda que os sentidos nos enganem às vezes no que se refere às coisas pouco
                                         sensíveis e pouco distantes, encontramos talvez muitas outras das quais não se pode
                                         razoavelmente duvidar, embora as conhecêssemos por intermédio deles: por exemplo,
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