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Cordel
por: Severino Honorato
A casa onde eu nasci Um catador de esmeraldas
embalei meus sonhos nela do Nordeste brasileiro
por longos anos direi escavou, achou poetas,
que tenho saudades dela com seu verso alvissareiro
no seu barro me inspirei receitou como dieta
sou poeta, ela é tapera. tão nobre cancioneiro.
Meu quinhão de educação Sei que não existe esposa
tem na cuia de farinha dedicada quanto a minha
o teor da mandioca eu planto milho e feijão
que alimenta a gente minha a bela cria galinha
acrescento o sal à água quando planto mandioca
tá feito o pirão na linha! ela vai fazer farinha.
Corre Maria faz chá Achei muito interessante
a nossa esperança cura Em Jampa ter encontrado
se as dores não cessar Esta grandiosa obra
corre atrás de tanajura Para fazer divulgado
pega a bunda dela e assa Os serviços dirigidos
pra comer com rapadura. Ao povo do meu estado.
Eu olho pra Natureza Sei que existem poetas
e vejo a contradição bem melhores do que eu
como estamos comendo mas não o suficiente
sem permitir nutrição e extremamente profundo
o que servimos à mesa para contar sua vida
nos faz mal ao coração. em menos de um segundo… Biu!
Um caçador de rolinhas Obs.: Estas são estrofes soltas, onde
olha e pergunta pra mim: cada uma se refere a um tema ou
— Quer ver como faço a vida situação e constam na coletânea
ter num instante seu fim? Estudando a Obra – Conhecendo
Deu-lhe um tiro ela caiu Autores, em homenagem a Leandro
e foi simplesmente assim. Gomes de Barros, pai do Cordel
brasileiro.
Severino Honorato – Mulungu/PB.
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