Page 79 - memorias
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   ongens se perdem nas brumas da antiguidade.
   Essas  as  considerações  primeiras  de  um  Aprendiz,  ao  qual,  em  seu
   quinquagésimo  ano  de  existência  terrena,  foi  permitido  pelo  GRANDE
   ARQUITETO DO UNIVERSO  o ingresso na Fraternidade Maçónica através
   da  Augusta,  Respeitável,  Grande  Benfeitora  Loja  Simbólica  Lauro  Sodré  -
    1445, por intermédio da complacência e acolhida dos caríssimos Irmãos que a
   integram.


                       O MUNDO EM QUE VIVEMOS



    Vivemos num mundo em que  a as virtudes  aparecem como pedras preciosas:
    são raras  !  e por serem tão raras,são tão  decantadas!  que pena  que  sejam tão
    raras !
    Adoramos  o  GADU  de  uma  maneira  peculiar,  admitimos  sua  existência  e
    metemos  o  pé  na  estrada,  pois,  nosso  oficio  é  andar  como  o  peregrino  do
    Caminho  de  Santiago,perseguindo  com  a  ajuda de  outros,  incansavelmente  e
    com fé, a verdade  !
    Há,praticando a Arte Real, muitos diamante raros, contudo ,sinto que,às vezes,
    mora no coração de todos um incontrolável desejo de soltar as amarras de seus
    barcos,  presos  aos  seus  ancoradouros  por  tantas  correntes  e  mergulhar,de
     cabeça,na solução dos inúmeros problemas que afligem a Humanidade.
     Não vivemos,  efetivamente,  numa bolha,  insensíveis  aos  acontecimentos  que
     nos  rodeiam,  que  nos  sufocam,  que nos  afligem,  que  nos  aprisionam,  mas  a
     muitos  de  nós  basta,  somente,  o  encontro  semanal  com  os  Irmãos,que  é
     prazeroso,mas, não o bastante, para a satisfação de nossos anseios maçónicos.
     Há  tanta  miséria  a  nos  rodear,  há  tanta  violência  a  nos  cercar  em  nossos
     lares,há  tanto  choro  nos  velórios,há  tanta  boca  faminta  clamando  por  um
     pedaço  de  pão,  há tantos  doentes  rogando  por  alívio,que  não  chega;há tanta
     corrupção  a  sugar  aquilo  que  serviria  para  uma  melhor  distribuição  da
     riqueza,há tanta coisa a fazer...  a construir...  a combater...
     Nossa  força  restringe-se  ao  nosso  comportamento  pessoal,  ao  nosso  valor
     pessoal,  às  nossas  qualidades  pessoais  que  são  e  que  devem  ser  lume  e  à
     prática  ritualística  que  na  sua  essência,  embora  cuidada,  perde  quase  todo  o
     vigor  devido  à  desconcentração,  que  assola  as  Lojas,  advinda  dessa  quase
     impossibilidade  de  deixarmos  fora  da  oficina  o  estresse  de  nossos  embates
      diários.
      Juntos, pensamos um mundo melhor,  congregados  ,deveríamos  gerar ,física e
      mentalmente uma energia de tal  ordem poderosa que,  realmente,  faria jus  ao
      nosso propósito de ajudar a Humanidade  !
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