Page 19 - Fortaleza Digital
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uma mensagem com 16 caracteres usava um quadrado de quatro por quatro; se
fossem 25 caracteres, seria cinco por cinco; 100 caracteres requeriam um
quadrado de dez por dez, etc. Seus oficiais sabiam que deviam transcrever o texto
preenchendo as casas do quadrado sempre que uma mensagem aleatória
chegasse. Ao fazerem isso, podiam ler a mensagem na vertical e seu sentido se
tornaria claro.
Ao longo do tempo, a idéia de César de reorganizar o texto para codificá-lo foi
sendo adotada por outros e alterada para que o código se tornasse mais difícil de
ser quebrado. O ápice da codificação sem uso de computadores foi durante a
Segunda Guerra Mundial. Os nazistas criaram uma impressionante máquina de
criptografia chamada Enigma. O dispositivo mecânico se parecia com uma
antiga máquina de escrever. Possuía engrenagens rotatórias de metal que se
encaixavam de formas complexas e transformavam uma mensagem clara em
cadeias confusas de caracteres, agrupados de maneira incompreensível. Apenas
através de outra máquina Enigma,' calibrada exatamente da mesma forma, o
destinatário poderia quebrar o código.
Becker ouvia, compenetrado. O professor havia se tornado um aprendiz.
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Uma noite, durante uma apresentação do Quebra-nozes na universidade, Susan
escreveu para Becker sua primeira mensagem encriptada, usando um código
básico. Ele ficou sentado durante todo o intervalo refletindo sobre a mensagem
de 20 letras:
ENH ANL SDQ SD BNMGDBHCN
Finalmente, pouco antes de as luzes se apagarem para a segunda parte, ele
compreendeu. Para codificar a mensagem, Susan havia simplesmente substituído
cada letra do texto pela letra anterior do alfabeto. Para decifrar o código, tudo
que Becker tinha a fazer era trocar cada uma das letras pela seguinte: A virava B,
B virava C e assim por diante. Ele rapidamente fez isso com as outras letras.
Nunca imaginou que cinco breves palavras pudessem deixá-lo tão feliz: