Page 214 - Fortaleza Digital
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Atravessou o corredor escuro até chegar à sala de Midge. As vozes lhe eram
familiares. Abriu a porta. A sala estava vazia e não havia ninguém na cadeira de
Midge. O som vinha de cima. Brinkerhoff olhou na direção dos monitores de
vídeo e sentiu um enorme mal-estar. A mesma imagem estava sendo exibida em
cada uma das 12 telas, numa espécie de balé perversamente coreografado.
Brinkerhoff apoiou-se nas costas da cadeira de Midge e ficou olhando,
horrorizado.
- Chad? - a voz soou atrás dele. Ele se virou e apertou os olhos para enxergar na
escuridão. Midge estava sentada em um canto, do outro lado da recepção da ala
principal, em frente às portas duplas do diretor. Sua mão continuava estendida. -
As chaves, Chad. Brinkerhoff ficou vermelho. Virou-se para os monitores,
tentando bloquear as imagens, mas não conseguiu. Ele estava nas telas, gemendo
de prazer enquanto acariciava avidamente os pequenos seios cobertos de mel de
Carmem Huerta.
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CAPÍTULO 66
Becker atravessou o saguão em direção aos banheiros, mas, ao chegar à
porta onde estava escrito CABALLEROS, viu que estava bloqueada por um cone
amarelo e um carrinho de limpeza cheio de detergentes e panos. Olhou para o
lado. DAMAS. Foi até lá e bateu na porta com força.
- Hola? - disse alto, abrindo ligeiramente a porta do banheiro das mulheres.
- Con permiso?
Silêncio.
Entrou.
O banheiro era típico: perfeitamente quadrado, cerâmica branca, uma lâmpada
incandescente no teto. Como sempre, havia um reservado e um urinol. O fato de
um urinol ser ou não útil em um banheiro feminino era irrelevante. Colocá-lo lá
fazia com que os empreiteiros economizassem a construção de um reservado
adicional. Becker olhou, enojado, para o resto do banheiro. Estava sujo. A pia
estava entupida e cheia de uma água marrom e fedorenta. Havia toalhas de
papel sujas espalhadas por toda parte. O chão estava molhado. O
velho secador de mãos elétrico na parede estava todo sujo e com marcas