Page 262 - Fortaleza Digital
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Susan ia acrescentar alguma coisa, mas suas palavras foram abafadas por um
som ensurdecedor. O silêncio da Criptografia foi interrompido por sirenes de
alarme vindas dos subníveis. Susan e Strathmore trocaram olhares espantados.
- O que é isso? - gritou Susan, no intervalo do ruído das sirenes. 298
- O TRANSLTR! - Strathmore gritou de volta, visivelmente preocupado.
- Está superaquecendo. Creio que Hale estava falando sério quando disse que a
energia auxiliar não estava bombeando fréon suficiente.
- E o sistema de autodesativação?
Strathmore pensou por um segundo, depois gritou:
- Deve ter havido algum curto-circuito.
- A luz de emergência da Criptografia entrou em ação, iluminando seu rosto.
- É melhor interromper a execução! - gritou Susan. Strathmore assentiu. Não
havia como saber o que iria acontecer se os três milhões de microprocessadores
superaquecessem e pegassem fogo. Ele precisava subir até sua sala, acessar o
terminal e interromper a execução do Fortaleza Digital. Precisava fazer isso
rápido, antes que alguém do lado de fora da Criptografia notasse a confusão e
resolvesse intervir.
O comandante olhou de relance para Hale, ainda inconsciente. Deixou a Beretta
em uma mesa perto de Susan e gritou acima do barulho das sirenes:
- Eu já volto! - Foi andando na direção do buraco na parede de vidro do Nodo 3,
mas antes de sair virou-se e falou:
- Enquanto isso, dê um jeito de encontrar essa chave!
Susan olhou para os resultados nem um pouco produtivos de sua pesquisa pela
chave e torceu para que Strathmore conseguisse abortar o processo rápido. Com
o ruído e as luzes, a Criptografia parecia um sítio de lançamento de mísseis.
No chão, Hale começou a se mover lentamente. A cada toque da sirene, ele
piscava. Com um gesto automático, Susan pegou a Beretta. Hale abriu os olhos e
viu Susan de pé, sobre ele, com a pistola mirando sua virilha.
- Onde está a chave? - perguntou Susan.

