Page 360 - Fortaleza Digital
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é de que o tempo passava devagar, quase parando.
      - Estamos perdendo o escudo! - gritou um técnico. - Conexões! Em todas as
      linhas!
      Na extrema esquerda do painel, David e os agentes Smith e Coliander olhavam
      para a câmera inexpressivamente. Na RV, o último firewall era apenas uma
      folha fina. Uma massa de traços negros o rodeava, milhares de linhas esperando
      para se conectar. A direita, as imagens de Tankado, em seus últimos momentos,
      continuavam sendo repetidas. Aquele olhar de desespero, os dedos levantados
      para o céu, o anel brilhando no sol. Susan olhava para esse clipe entrando e
      saindo de foco. Observava os olhos de Tankado: pareciam cheios de
      arrependimento. Ele não queria que isso fosse tão longe, pensava. Ele queria nos
      salvar. Ainda assim, a cada vez o mesmo gesto se repetia. Tankado levantava os
      dedos, colocando o anel na cara das pessoas. Tentava dizer algo, mas não
      conseguia falar. Apenas projetava seus dedos para cima. Em Sevilha, a mente de
      Becker continuava revirando todos os dados. Pensou consigo mesmo:
      - O que eles disseram sobre os dois isótopos? U-238 eU...? – suspirou
      pesadamente. Não importava. Ele era um professor de línguas, não um físico.
      - Conexões externas prontas para iniciar autenticação!
      - Jesus! - Jabba gritou, frustrado. - Qual a maldita diferença entre os dois
      isótopos? Ninguém sabe?! - Não houve resposta. Todos os técnicos na sala
      estavam com os olhos grudados na RV sem poder fazer nada. Jabba balançou a
      cabeça.
      - Onde estão os físicos nucleares quando se precisa deles?
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      Susan olhou para o vídeo de Tankado no visor, consciente de que estava tudo
      acabado. Em câmara lenta, via Tankado morrer, sucessivas vezes. Ele estava
      tentando falar, engasgando em suas palavras, projetando sua mão deformada...
      tentando comunicar algo. Estava tentando salvar o banco de dados, Susan pensou.
      Mas agora já não temos como saber.
      - Temos companhia na entrada!
      Jabba olhou para a tela.
      - Bem, lá vamos nós! - ele suava.
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