Page 542 - As Crônicas de Nárnia - Volume Único
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– Dar um jeito para que a magia aconteça de novo?
Eustáquio fez que sim.
– Quer dizer que a gente podia desenhar um círculo no chão,
escrever umas letras dentro... e recitar umas fórmulas mágicas?
Eustáquio ficou atento por um instante:
– Estava pensando em coisa parecida. Mas agora estou vendo que
esse negócio de círculo e de fórmulas não dá certo. Só há uma coisa a
fazer: temos de pedir a ele.
– Quem é ele?
– Lá naquele lugar ele é chamado de Aslam. Mas vamos em frente.
Ficamos um ao lado do outro, assim, e estendemos os braços para a frente
com as palmas das mãos viradas para baixo, como fizeram na ilha de
Ramandu...
– Ilha de quê?
– Depois eu conto. Acho que ele gostaria que olhássemos para o
oriente. Onde é o oriente?
– Sei lá.
– Gozado, as mulheres não sabem nada de pontos cardeais
– Você também não sabe – replicou Jill indignada.
– Sei, sei e muito bem. É só você não me interromper. Já vi tudo. Lá
é o oriente, onde estão aquelas árvores. Agora você tem de repetir minhas
palavras.
– Que palavras?
– As palavras que eu vou dizer, é claro. Agora... Aslam, Aslam,
Aslam!
– Aslam, Aslam, Aslam – repetiu Jill.
– Por favor, deixe que nós dois...
Nesse momento uma voz do outro lado do ginásio gritou:
– Jill ? Eu sei onde ela está. Só pode estar choramingando atrás do
ginásio. Vou pegar ela.
Jill e Eustáquio entreolharam-se, mergulharam debaixo das árvores e
começaram a escalar a encosta íngreme da mata de arbustos a uma
velocidade de campeões. (Devido aos curiosos métodos de ensino do
Colégio Experimental, lá não se aprendia muito Matemática ou Latim, mas
todos sabiam desaparecer rapidamente e sem ruído, quando eles estavam
atrás de alguém.)