Page 3 - Newsletter1de24_25ErasmusItaliaCompleta_Neat
P. 3
disseram-nos que uma era da Ilha das Flores, no arquipélago de Sonda e outra de Timor-Leste. A flo-
rentina gostou de partilhar connosco as palavras que usa diariamente e que são originárias do portu-
guês que aí chegou no início do século XVI. Roma como símbolo máximo e universal da Igreja Católica
é visitada por gente de todo o mundo. Aos 50 milhões habituais de turistas por ano, o governo nacional
de Itália, da cidade de Roma e do Vaticano preparam-se para receber 75 milhões no próximo ano, por
ser Ano Santo na Igreja Católica. Quando me vejo incluído em discussões acerca dos malefícios do tu-
rismo de massas, penso sempre na gigantesca peregrinação islâmica designada Hajj que leva vários
milhões de pessoas a Meca na Arábia, todos os anos… e, não tendo fé religiosa, penso na oportunida-
de que estas multidões de turistas presentes em Roma, e também em Lisboa, me deram a mim de ver
os pinheiros mansos que um pouco por todo o lado embelezam a paisagem da cidade!
A segunda razão que não posso deixar de referir, como fundamental na minha vontade de participar,
tem a ver com o objetivo da União Europeia, quando atribui muitos milhões de euros, para que profes-
sores dos vários estados da União (a agora também dos países em negociação de adesão) possam
participar nestes cursos. No nosso caso o grupo foi muito pequeno, para além dos dois portugueses, um
alemão de Estugarda, um búlgaro de Barnas e um espanhol, andaluz de Málaga. A participação de ca-
da um, que inicialmente poderiam parecer tão diferentes, tornou-se rapidamente comum, havendo uma
linguagem acerca das escolas e dos sistemas educativos, idêntica com preocupações semelhantes e
com práticas semelhantes, se bem que os recursos das escolas ainda sejam diferentes. A conversa,
formal em formação ou informais nas visitas ou nos almoços, com cidadãos europeus de outros esta-
dos, mesmo com outras línguas e particularidades culturais diversas, faz-nos compreender que o que
temos em comum é muito maior que o que nos faz dizer que somos diferentes. Creio que esse será o
maior objetivo das formações Erasmus: a construção de uma cidadania europeia. E depois gostei de
ouvir o colega andaluz de Málaga dizer que está a crescer em Espanha o grupo, de que ele faz parte,
que acha que a Espanha deve deixar partir a Catalunha e entrar em negociações com Portugal e com
os portugueses, para uma nova união.
E finalmente a principal razão da ida a Roma: a formação. A forma como a formadora abordou a ques-
tão foi sempre do ponto de vista do utilizador. Mais especificamente de como os professores podem e
devem utilizar esta ferramenta digital. As primeiras sessões centraram-se na discussão dos aspetos éti-
cos de como uma forma artificial de inteligência com resultados práticos de muito maior eficácia nos re-
sultados do que a humana, nos levanta, enquanto cidadãos e mesmo seres humanos.
Página 3