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A caricatura na escrita a partir de Os Maias:  Cruges

































                     In https://www.latinpopbrasil.com.br/colunas/habla-pri/nao-va-a-final-do-eurovision-
                                               salvador-sobral-mais-respeito/
                                       Cruges, o grande Salvador da Eurovisão

                Não sei se foi só connosco que aconteceu, mas quando estávamos a começar a ler e o narrador
         começou a apresentar as personagens e a usar mil e um adjetivos (que, infelizmente, não eram só para
         as personagens, porque, neste momento, sentimos que sabemos mais sobre sofás e veludos do que
         uma funcionária da loja Vidal Tecidos), percebemos que meia dúzia deles, que se referiam a Cruges, po-
         deriam ser vestidos a uma outra personagem (oh, se é uma personagem) da nossa atualidade.
                Temos a certeza de que no meio de 800 páginas, mais coisa menos coisa, 274 395 palavras, vo-
         cês sabem exatamente a meia dúzia de que vos estamos a falar, “um diabo adoidado, maestro, pianista,
         com uma pontinha de génio” (pronto, vá, são um bocadinho mais, mas vocês entenderam). E, com a
         mesma certeza de que vamos ter positiva neste trabalho, sabemos que vocês estão a pensar no nosso
         querido Salvador Sobral. Vá, digam lá que nós não temos razão. Que outro nome vos vem à cabeça
         quando falamos de poses e tremeliques? Não, não estamos a falar do Conan Osíris. Como já dissemos,
         estamos a falar do Salvador Sobral, o próprio do “diabo adoidado”. E reparem que falámos em tremeli-
         ques, não em ataques epiléticos (não nos processem, estamos a só a brincar!).
                Mas, voltando ao assunto e ignorando o facto de ele não ser maestro, até acaba por se safar no
         piano. E, admitamos, em relação ao génio, não é só a Pontinha, é mesmo Odivelas inteira. Outra coisa
         que nos leva a crer que são gémeos separados pelo tempo é o facto de ambas as mães possuírem pro-
         priedades ali para os lados do Tejo, uma com prédios na baixa e outra com armazéns no cais.
                Reparem agora em semelhanças um pouco mais profundas, ambos sofrem do mesmo mal: a in-
         compreensão do público. Tirando, para o Cruges, a família Maia, e, para o Salvador Sobral, o mundo in-
         teiro que gostou dele durante 30 minutos, ninguém os compreende. N’ Os Maias, até referem que a cul-
         pa era do público por não ter o gosto educado e refinado. Mas, com estas políticas de cancelamento,
         nem nos atrevemos a dizer isso.

                E não nos podemos esquecer dos trolls e dos haters, porque, acreditem, são imensos, e, claro,
         há sempre uns que dão mais nas vistas, com comentários pseudo humorísticos, como aquela mulherzita
         da “sonata pateta” ou a Maria Vieira.

                E, pronto, embora as décadas e as realidades sejam muito diferentes, isto continua um “país im-
         possível” para quaisquer Cruges.
                                                        11.º LH2

               Eriquelme Cruz, N.º 6; Marta Cerqueira, N.º 19; Raquel Souza, N.º 21; Sofia Morgado, N.º 22

         Página 6                                                                                       NEWSLETTER
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