Page 14 - Revista Digital Smiling Stars
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É aqui que entra a educação de infância! É impossível eu co-
mo educadora, passar aos pais tudo aquilo que aprendi em 4
anos de licenciatura, sim, pasmem-se, estudei 4 anos só
para aprender a brincar com crianças. Mas a minha
brincadeira, é uma brincadeira intencional e proposita-
da, é uma brincadeira baseada numa relação afetiva e se-
gura que me permite ir sempre um pouco mais alem nesta re-
lação de brincar, é uma brincadeira que me permite orien-
tar a criança nas suas descobertas e descobrir com ela, é
uma brincadeira atenta, observadora das escolhas da
criança que me permite conhecê-la, assim como, às suas po-
tencialidades e também dificuldades, é uma brincadeira
que me obriga a ver o mundo pela perspetiva da criança
e potencializar essa perspetiva para a frente, projetando tudo
aquilo que a criança é, e pode vir a ser, não porque eu acho
e quero, mas porque a criança me mostra essa vontade. E é
por isso, que o meu conselho para todas as famílias, na
sua mais diversa complexidade e estrutura, é que es-
queçam todo o rebuliço que vai lá fora, e simplesmente
brinquem com as crianças que têm em casa, e que tem
dentro de vocês. Nesse brincar, observem o vosso filho, os
seus gostos, as suas conversas e partam delas para as vossas
próprias propostas de interação e brincadeira em família. Lem-
brem-se da vossa própria infância, e tragam para as brin-
cadeiras com os vossos filhos essas memórias culturais tão
importantes, e que vos fizeram tão felizes e que, ainda hoje,
estão presentes naquilo que são e se tornaram.