Page 136 - Revista Histórico das Instituições literárias do Paraná
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os Barões e Baronesas da
soBerana ordem do saPo
Reportagem do Jornal Gazeta do Povo (28/12/2013)
Jornalista José Carlos Fernandes
Confraria fundada na década de 1970 desafia o tempo, outorga
títulos de nobreza e mostra que sociedades literárias ainda têm seu encanto.
Ingresso
Quando novos associados são admitidos na “honorífica e
nobiliárquica” Soberana Ordem do Sapo, ganham medalha, diploma e um
facão é pousado sobre as cabeças e água benta é aspergida. “O facão
simboliza a separação do bem e do mal“, explica Vânia Ennes. A confraria
tem uma música oficial, a Polca Cancioneta “O Sapo”, composta pelo
curitibano, Benedito Nicolau dos Santos, nascido em 10 de setembro de
1879, foi o autor da primeira opereta infantil do Brasil (A Vovozinha) ...
Título
O título é escolhido de comum acordo. Pode se referir ao local
onde o homenageado nasceu, a seu ofício ou ao santo de sua devoção. A
honraria é pessoal e intransferível. Há outros títulos, como o de cartulário
(secretário), arauto (relações públicas), chanceler (vice-líder), grão-mestre
(líder). Apenas os mais elevados chegam a conde e condessas, a exemplo
do fundador, Vasco Taborda Ribas. A ordem é mantida com os “óbolos”
doações espontâneas dos confrades.
Eleitos
Não basta, simplesmente, querer entrar. E não adianta pedir! Desde
a fundação, em 1976, os membros costumam ser assediados para indicar
alguém. No entanto, é um conselho de notáveis que define quem entra. O
total não deverá passar de 100 sócios, conforme rege o Estatuto.
Decálogo
A ordem segue dez normas, que pedem o respeito às pessoas, a suas
origens e seus credos: Versam sobre o amor à cultura e à ciência; sobre o
envolvimento com os problemas do nosso país, entre outros...
Sede
A Soberana Ordem do Sapo não tem sede própria, ainda. A direção
tem se reunido na Casa de Cultura Heitor Stockler de França, no Centro de
Letras do Paraná ou, ainda, na residência de um dos sócios Barões.... Os
grandes encontros, duas ou três vezes por ano, são em locais inspiradores,
como: no Palacete dos Leões, Castelo de Bocaiúva do Sul, Salão Nobre do
Colégio Estadual do Paraná, ou outros.
O Sapo
Objeto de culto inconteste entre os membros, ainda que não seja esse
o objetivo da confraria. Nos dizeres do professor, Dr. Apollo Taborda França,
o sapo é místico e romântico. Amante da lua, pode se transformar num
belo jovem, “tumultuando o coração das jovens adolescentes em busca de
um amor”. Melancólico e solitário é, também paciente e contemplativo. Em
tempo: os confrades desdenham quem tem medo de sapo e ficam “atentos”
com experimentos científicos para os que não os respeitam.
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