Page 3 - ICL - AGOSTO / SETEMBRO
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editorial
Planejamento financeiro em tempos
de conformidade automatizada
A reforma tributária em curso no Brasil traz uma série de mudanças
estruturais para o sistema de arrecadação, mas poucas com impacto
tão direto na rotina das empresas quanto a chegada do split payment.
Ao vincular o pagamento dos tributos ao momento em que a venda é
quitada, o novo modelo altera o fluxo financeiro das operações e exige
das empresas uma revisão cuidadosa de seus processos internos.
Na prática, estamos falando de uma mudança que inaugura uma nova
lógica de relacionamento entre contribuinte e fisco – mais automatizada,
mais transparente e com menos margem para erros. O recolhimento
imediato do imposto, feito pelos sistemas das instituições financeiras,
reduz o risco de inadimplência e a burocracia envolvida. Mas também
antecipa a saída dos recursos do caixa, pressionando o capital de giro e
exigindo atenção redobrada a prazos, créditos tributários e contratos.
A matéria de capa desta edição detalha como funcionará o mecanismo,
quais ajustes serão necessários e o que esperar da fase de transição até
sua implementação efetiva, a partir de 2027. Especialistas reforçam:
mais do que entender a nova sistemática, é preciso se preparar para
ela. A gestão financeira dependerá ainda mais de sistemas integrados,
conciliação de dados em tempo real e planejamento.
O novo modelo pode ser um aliado da transparência e da eficiência
fiscal – mas, como toda mudança, vai exigir adaptação. Vale a pena
começar essa conversa desde já.
Boa leitura!
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