Page 9 - ARCANO XIII
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outra lei da física que não estava aberta à discussão –
fora do ponto neutro de matéria densa – dizia respeito
à estrutura dos ambientes de matéria sutil. a energia
que compunha a matéria era da mesma natureza e
se misturava ou absorvia aquela que emanava das
emoções dos habitantes, e as formas eram influenciadas
pelos pensamentos destes últimos. a mesma física que
lhe permitia plasmar um piano em meio a uma clareira
na floresta – e a própria clareira – era responsável
pelo irrespirável fétido ar dos níveis negativos.
ele havia iniciado sua trajetória última em ambientes
bem mais densos, há milhares de anos – na contagem
da crosta – num tempo em que existia algo como um
plano de carreira para aquelas regiões ditas inferiores.
agora tudo estava sendo transformado, ninguém
permaneceria muito por ali e tampouco avançariam
pelos diferentes níveis, como ele fez. provavelmente
– após este período de transição – todos os polos
negativos sejam reformados, modernizados, para
tratar desequilíbrios que hoje nem mesmo são
assim considerados e receber outros que, até então,
seguiriam direto para os níveis positivos. mas isto
eram apenas suposições baseadas numa lógica de
continuidade que poderiam estar completamente
equivocadas. não sabia de ninguém que soubesse
o que viria após a transição, mas, fosse o que
viesse, exigiria adaptação. se adaptariam, ele sabia,
é o que ocorre quando não se tem outra opção.
tu d o isto p e n sa v a e n qu anto o lh a v a
aqueles rostos recém chegados, mas o
trabalho interrompeu seus pensamentos...
terra em trAnsito