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A cada passo, a cada porta aberta, encontravam quartos e salas
absolutamente lindos, decorados com requinte e luxo e onde uma fortuna
evidente fora empregada.
Um lugar extraordinário, belo e encantador, e onde não havia ninguém, além
de um grande gato malhado bamboleando-se entre as árvores do parque que
cercava a residência, com profusão de girassóis, ipês e junquilhos amarelos.
Victor resolveu desvendar com cautela toda aquela história. Encarregou o
escritório de seu advogado de vasculhar os papéis em cartórios e Jacques Lan
de investigar tudo o que pudesse sobre a propriedade e a família Ruiz Paz.
Em pouco mais de uma semana, sabiam apenas que efetivamente a família de
Santhiago Ruiz Paz acabara-se com ele e que entre os papéis de posse da
propriedade, ele deixara uma espécie de testamento, escrito de próprio punho
e num simples guardanapo de papel com a marca do Prosa Café, em que
declarava ter vendido a propriedade conhecida como, “__Girassóis, Ipês e
Junquilhos Amarelos para, Cesar Astu Ninan, nascido na cidade de Terra Alta,
o escritor.” Descrevia rapidamente a propriedade, mencionava o endereço
postal e declarava também o valor da venda em dinheiro, acertado entre
ambos e recebido imediatamente e a transação perfeitamente válida desde que
cumprida a promessa feita por Cesar de estar ao lado do seu leito de morte e
de acompanha-lo ao cemitério.
De maneira que o juiz designado para o caso declarou ser o documento, feito
no guardanapo de papel com a marca do Prosa Café, cuja assinatura foi
verificada e reconhecida como verdadeira, comparada com documentos em
cartório a atestarem a passagem de Ruiz Paz pela vida, perfeitamente legal e
Cesar Astu Ninan o dono legítimo da propriedade conhecida como Girassóis,
Ipês e Junquilhos Amarelos.
A primeira providência de Cesar foi encarregar León Tiithee de usar todo seu
poder e influência para abafar a história e tirá-la dos noticiários e tabloides,
que já inundavam todo e qualquer meio de comunicação.