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A segunda foi transferir a propriedade, com todos os seus direitos, para Victor
                      Gatopardo.


                      Ao receber a visita dos advogados, encarregados do caso por León, cheios dos
                      documentos e com ares de impaciência para argumentos e discussões, Victor
                      compreendeu que nada havia a ser feito.

                      Cesar Ninan passara para o nome dele a propriedade e um fundo substancial,
                      em dinheiro, para sua administração e manutenção, além de uma sugestão
                      para  que  Victor  deixasse  imediatamente  o  empoeirado  casarão  da  família
                      Gatopardo para ir se instalar permanentemente na nova casa.

                      Depois da saída dos advogados Victor foi encontrar Cesar acomodado numa
                      poltrona na biblioteca, com os braços cruzados no peito e os olhos fechados
                      com um cansaço que parecia destinado a atormentá-lo pelo resto da vida.

                      Não precisou falar comele para saber que seria inútil qualquer tentativa de

                      debate sobre o assunto e não se espantou quando ouviu a advertência que
                      haveria de ser repetida indefinidamente sempre às primeiras referências ao
                      lugar. “___É preciso estar preparado para devolvê-la, assim que algum herdeiro

                      da família Ruiz Paz apareça para reclamá-la.”

                      Victor  aceitou  aquelas  palavras  como  mais  uma  determinação  que  seria
                      cumprida sem hesitação, mas não se furtou a declarar a única expressão de
                      vontade que todo aquele incidente extraordinário lhe deixara.  “___Estarei
                      sempre preparado para qualquer coisa em relação a esta propriedade inacreditável,
                      mas nunca irei morar nela.”

                      Agora, pela primeira vez depois daqueles anos, Victor admitia a possibilidade
                      de  mudar-se  para  a  casa  dos  “Ipês  Amarelos”,  como  ele  se  acostumara  a
                      chamar o lugar intimamente. O passar dos anos havia feito aquela história
                      cair no esquecimento e já há muito tempo não se fazia menção a ela. Ninguém
                      morava lá. Na casa deserta, nem mesmo o gato malhado nunca mais fora visto
                      depois do dia em que Victor trancara as portas e os portões e o percebera
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