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Pararam em frente ao prédio que era quase uma antiguidade. Restaurado
                      para  abrigar  pequenos  e  poucos  apartamentos,  todos  cuidadosamente
                      arrumados e decorados, atendendo as exigências dos ilustres moradores.


                      Ali Cesar morava em uma cobertura que era um primor de luxo e elegância e
                      onde agora, Isabeau também vivia, há pouco mais de um ano.

                      Antes dela sair do carro, Jacques estendeu-lhe um cartão com o endereço e o
                      telefone do hotel onde ele se hospedara, para ela poder contatá-lo a qualquer
                      momento, não importando a hora. Ao receber o cartão das mãos dele, seus
                      dedos se tocaram levemente e Isabeau se sentiu percorrida por uma descarga
                      elétrica que Jacques nem ao menos notou.

                      Já  em  casa,  Isabeau  permitiu  finalmente  que  as  lágrimas  corressem
                      livremente.

                      A suspeita que se insinuara em sua mente e em seu coração, de que Jacques

                      usara a relação deles para conquistar a posição ambicionada como cientista
                      pesquisador, era como um veneno elaborado no âmago da sua psique. E se
                      traduzia  pelo  seu  famoso  sentimento  de  inadequação  que  confirmava  o

                      sentimento  de  abandono  dela  e  o  justificava,  uma  vez  que  alguém  tão
                      inadequada  não  mereceria  ser  verdadeiramente  amada.  Tratava-se  de  um
                      mecanismo psíquico cruel que a dominava apesar de toda sua inteligência e

                      sua  força.  Que  fora  muito  bem  compreendido  por  seu  ex-marido.  Uma
                      armadilha psíquica que estava por trás da sua fuga de Terra Alta ao se sentir
                      abandonada  por  Jacques.  Silviano  Roubéins  falara-lhe  sobre  isso  e

                      reconhecendo a justeza da análise ela o deixara.

                      De Silviano, do curto tempo que durou seu casamento, Isabeau mantivera
                      apenas a doçura com que ele sempre a tratara e a lembrança da tristeza dos
                      meigos olhos azuis que a fitaram magoados quando ele se curvou para beijar-
                      lhe as mãos num adeus, que ambos sabiam definitivo.
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