Page 218 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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Era um assunto que Jacques se reservava o direito de não admitir, muito mais
por não saber realmente o que dizer, do que por qualquer melindre que
pudesse sentir.
Ele não responderia, ainda que lhe perguntassem diretamente o que pretendia
para si mesmo e para Isabeau, porque realmente havia decidido deixar a vida
mostrar o melhor a fazer. Conscientemente ele não sabia. Naquele exato
momento tentava apenas ser útil a Victor, a Cesar Ninan e também a ela, mas
sem buscar continuísmos.
A impulsividade de ter vindo imediatamente se encontrar com ela porque
percebeu sua fragilidade ao telefone, foi um descuido que ele se comprometeu
a não se permitir mais. O sincero interesse em ajudar não incluía romances e
reconciliações.
Seu amor por ela nunca estivera em dúvida, mas a mágoa que ela lhe causara
havia aberto uma questão sobre a possibilidade ou não de um relacionamento.
Enquanto esperava no fim daquele corredor da clínica em que Cesar estava
mantido na sua inconsciência extraordinária, ele se perguntava o que sentiria
ao revê-la.
E quando finalmente soube que ela chegava, pressentindo-a com cada fibra
do seu ser, mesmo antes de olhar o rosto lindo, ele compreendeu que nada
mudara nos seus sentimentos.
O coração saltou-lhe no peito e ele praticamente sorveu o perfume dela,
renovando a antiga sensação de completude que ela lhe dava e se embriagando
com sua beleza que reconheceu intacta. Notou o corte de cabelo de mechas
rebeldes, com os cachos acobreados graúdos à altura dos ombros, mantidos
em desalinho a lhe darem um ar maroto, substituindo a cabeleira longa e
macia na qual ele costumava enrolar as mãos e esconder o rosto, quando a
cobria de beijos e fez um cumprimento, aludindo a sua jovialidade. Muito