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Deixou também de frequentar o lugar.
No início timidamente, com uma desculpa ou outra. Restringiu suas idas aos
encontros oficiais, festas de cerimônia em que os convites eram quase
convocações e a algumas poucas reuniões de final se semana, uma ou duas
vezes por mês, até, finalmente, resumir seu comparecimento à busca do
famoso anuário e à festividade de natal. E mesmo as eleições dos novos
presidentes deixaram de contar com sua presença.
Aos que perguntavam, ele respondia que as reuniões da Confraria do Tabaco,
formada por ele próprio e seus quatro fieis amigos mais chegados, só
aconteciam com a devida atenção aos detalhes para a competente apreciação
dos charutos na intimidade da biblioteca da sua própria casa.
A verdade é que os infindáveis compromissos, os debates, os jantares, as festas
e as ocasiões envoltas em luxo e em cerimônias cansativas e cheias de pompa,
o haviam enfarado.
No passado costumava ter orgulho do fato do Clube haver alcançado status e
se sobressair como uma espécie de símbolo de honradez para a sociedade
Terraaltina e participou com entusiasmo de todos os eventos que serviam para
evidenciar e fortalecer esta posição.
Com tanto cuidado e senso de justiça eram debatidos os assuntos levados à
sua mesa presidencial que o Clube Internacional de Havanófilos se firmou, em
meio à comunidade, como um pilar de integridade. Um autêntico baluarte da
conduta correta. Uma instituição baseada nos mais altos princípios e virtudes
e que passou a ser uma espécie de guardiã da moral e do mais refinado
equilíbrio.
E nunca, durante os vinte anos que Victor ocupou sua presidência, um parecer
emitido por ele e pela mesa diretora da instituição fora contestado, nem
mesmo por órgãos oficiais. Ao contrário. Entre as memórias do Clube
Internacional de Havanófilos existiam e estavam cuidadosamente