Page 88 - Girassóis, Ipês e Junquilhos Amarelos - 13.11.2020 com mais imagens redefinidas para PDF-7
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de família, os Marquez, os Munhoz, os Vasquez, os Rodrigues, os Dragos e
também alguns portugueses, os Limoeiros, Oliveiras, Mamoreiros, Sousas,
Lemos, Soutos.
Entre eles era comum que alguns voltassem para suas terras de origem para
mostrarem seu sucesso e trazerem de lá toda sorte de coisas bonitas e
consideradas chiques para suas casas. Traziam móveis, quadros, estátuas,
jogos de louça e cristais, talheres de prata, instrumentos musicais, joias e
tecidos finíssimos, perfumes. Mandavam vir nos navios pedras e azulejos e até
plantas e fontes para as construções e para os jardins das suas mansões.
E finalmente havia aqueles que, em sua maioria, tinham se estabelecido mais
ao sul do continente, nas terras litorâneas ou ao pé das serras. Chegaram um
pouco mais tarde, na última leva migratória e muitos vieram fugindo das
guerras na Europa. Eram italianos, franceses, alemães, poloneses, japoneses e
entre eles os holandeses Van D`Vicci.
Mas dentre todos os nomes da região de Terra Alta havia um de origem mais
antiga do que qualquer outro e também mais misteriosa, eram os Astu Ninan.
A origem desta família se perdia no tempo e era mesclada entre lendas e o
imaginário popular.
Os descendentes Astu Ninan traziam gravada nas fisionomias sua
miscigenação. E a presença do sangue nativo era um traço de tal maneira forte
e respeitado como a marca de uma herança superior, que se dizia, que sempre
que um Astu Ninan chegava para alguma cerimônia nas antigas aldeias em
que eram observados costumes milenares ancestrais, eram imediatamente
reconhecidos e recebidos com honras e o respeito devido aos reis e aos
príncipes.
Eram homens e mulheres de pele acobreada e inegáveis características
indígenas que se misturavam às cabeleiras de evidente herança nórdica.
Tinham cabelos louros como flores de trigo, misturados a abundantes mechas