Page 2 - ÍNDICE CRONOLÓGICO DAS NORMAS EDITADAS EM FACE DA PANDEMIA DO COVID-19
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CONSIDERAÇÕES  PROPEDÊUTICAS:  CONTEXTUALIZAÇÃO
                  E PROPÓSITO DESTE ÍNDICE



                         No  início  de  dezembro  de  2019,  em  Wuhan,  cidade  que  se  situa  na
                  província  de  Hubei,  na  China,  algumas  pessoas  passaram  a  apresentar  um
                  quadro sintomático de síndrome gripal, que, nos casos mais graves, evoluiu para
                  um quadro próximo ao de uma pneumonia.  Nesses estágios preliminares, esses
                  sintomas foram descritos pelas autoridades chinesas como “pneumonia viral de
                  causas desconhecidas”. Tratava-se, entretanto, das primeiras infecções virais
                  em humanos pelo denominado Novo Coronavírus (cuja nomenclatura científica
                  é SARS-Cov-2), o qual, acredita-se, tenha infectado morcegos primeiramente e
                  que, a partir dessa zoonose, provavelmente por meio de um intermediário no
                  reino animal, terminou por encontrar um hospedeiro propício no ser humano.

                         A  doença  causada  pelo  agente  infeccioso  recebeu  a  denominação  de
                  COVID-19,  dado  o  ano  de  seu  surgimento  (2019),  e  consiste,  em  termos
                  técnicos, em uma síndrome respiratória aguda grave (por isso a sigla SARS –
                  Severe Acute Respiratory Syndrome – compõe o nome do vírus). Esse quadro,
                  como parece evidente, quando grave, é caracterizado predominantemente por
                  deficiências nas funções e no aparelho respiratórios do infectado que manifesta
                  a  enfermidade e que podem  levá-lo  à  morte.  Com o avanço da doença pelo
                  mundo, já na metade de 2020, evidenciou-se que o vírus poderia causar danos
                  em outros tecidos e órgãos do corpo humano que não os do sistema respiratório,
                  a exemplo de complicações renais e problemas cardiovasculares.

                         Como muitos infectados se mostraram assintomáticos, e devido a suas
                  características mutagênicas e sua estrutura particular, o vírus demonstrou uma
                  elevada  capacidade  de  transmissão  sustentada  entre  seres  humanos,
                  principalmente pelas vias aéreas, o que aumentou exacerbadamente o número
                  de infectados, e, por conseguinte, o número de casos graves. Ocorre que, já em
                  Wuhan, a capacidade do sistema de saúde não suportou o crescente número de
                  enfermos infectados pelo SARS-Cov-2. Ficou patente, assim, que os primeiros
                  alarmes da epidemia foram acionados muito tardiamente.

                         Foi uma questão de tempo até que o vírus se espalhasse pelo mundo. Já
                  em  fevereiro  de  2020,  o  crescimento  acentuado  de  casos  na  Itália  e  no  Irã
                  preocuparam  a  comunidade  internacional.  Antes  disso,  em  30  de  janeiro  de
                  2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já tinha classificado a epidemia
                  da  COVID-19  como  uma  “emergência  de  saúde  pública  de  interesse
                  internacional” (PHEIC). No dia 11 de março de 2020, em vista da experiência
                  perturbante  da  Itália  e  com  o  aumento  exponencial  de  casos  na  França,  na
                  Inglaterra, na Alemanha e na Espanha, que deslocou o epicentro da epidemia
                  para a Europa, a OMS passou a classificar o surto como “pandemia”.





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