Page 238 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Ben balança a cabeça.
– Já tentei. O arquivo está bloqueado. Não dá para copiá-lo do drive. Ele
usou algum outro programa para a segurança.
– Acho que terei de me certificar de trazê-lo de volta.
Em seguida, Matt segue para o ginásio. Ele sorri com pesar enquanto entra
pela janela dos fundos e vai até os velhos armários. Agacha-se e puxa a
base de dentro de um deles. Tateia e seus dedos tocam a madeira.
Ele retira o cassetete. Aquele que roubou do Policial Leibowitz quando era
criança. Limpa o pó, é um cassetete antigo, do tamanho de seu antebraço.
Forte. Sólido. Ele o golpeia no ar, sente o peso e o tamanho.
É bom. Perfeito, na verdade.
• • • •
Meia hora atrás.
Matt segue até as docas. Quando ouve a água batendo contra o muro de
contenção, tira o cachecol do bolso e o enrola em volta da parte superior do
rosto e da cabeça, deixando apenas a boca e o queixo expostos.
Ele segue por entre as construções que se espremem ao longo da frente
das docas, indo até os armazéns. Pode sentir o oceano vazio à sua direita, o
vento frio vindo do rio, cheirando a peixe e sal. Pontos de ancoragem na
área diante de cada armazém.
A chuva começa a cair, gotas geladas contra seu rosto. Matt sobe no
telhado de um prédio do lado oposto ao local que Larks indicou, um
complexo inteiro selado por correntes e arame farpado. No centro do
composto há cinco armazéns. O terceiro a partir da esquerda é o maior, uns
trezentos metros quadrados. Os postes lançam uma luz forte e branca sobre
todo o pátio da frente, brilhando contra as empilhadeiras e caminhões
parados em fileiras perfeitas.
Os guarda-costas andam em pares. Matt pode sentir cheiro de óleo para
limpar armas. Faz sentido – os guarda-costas estão armados –, mas não
apenas isso. O cheiro é forte demais para ser só isso. Ele pode sentir cheiro
de armaria pesada. Granadas? Metralhadoras? Estão vendendo armas?