Page 239 - Demolidor - O homem sem medo - Crilley, Paul_Neat
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Possivelmente. Larks trabalha para a máfia local, então é provável que
tenha sua fatia desse bolo.
Matt franze a testa. Há mais alguma coisa. Alguma coisa ao longe. Mais
fundo? Ele estende os sentidos, passa pelas batidas cardíacas dos guarda-
costas, passa pelo fluxo sanguíneo sendo bombeado por seus corpos, passa
pela música que toca dentro do armazém, passa por caixas e caixotes sendo
preenchidos. Ali. Batimentos cardíacos. Quase… quase uma centena.
Assustados. Aterrorizados.
Jovem.
Matt se levanta. Que diabos é esse lugar? Estão traficando pessoas,
também? Isso definitivamente complica o assunto. Deveria chamar a
polícia? Não. De que adiantaria? Esse tipo de operação definitivamente
requer pessoas que façam vista grossa – tanto policiais quanto políticos.
Matt afasta isso de sua mente por enquanto. Está ali por Mickey em
primeiro lugar. Ele lida com as outras coisas quando ela estiver salva.
Espera os guardas passarem, pula do telhado do armazém e corre pela área
aberta até a cerca do complexo. Agarra a corrente e se ergue rapidamente,
parando abaixo do arame farpado que percorre todo o topo. Prepara os
braços, e estica o corpo em um ângulo de 90 graus, ainda de frente para o
chão. Segura a posição por um segundo, e então levanta os pés para o céu,
como se tivesse fazendo uma parada de mão. De repente se impulsiona com
os braços e salta por cima da cerca com os pés na frente.
Aterrissa do outro lado, agachando-se. Não se move.
Nenhum alarme. Nenhum grito. Acalma a respiração e ouve. Batidas
cardíacas dos dois lados de sua posição. Os guardas dando a volta, fazendo
a patrulha. Ainda não há nenhum perto, então ele corre na direção do
enorme armazém. Quando se aproxima o suficiente, salta alto no ar, agarra
a beirada e se arremessa para cima e para a frente, pousando no teto
inclinado.
Ele vai em direção ao centro do armazém e arranca uma das telhas. Para e
ouve, mas não consegue escutar nada de baixo. Coloca a telha de lado e
arranca mais outras, até que haja um buraco grande o suficiente para ele
passar. Inclina-se sobre o buraco e espera. Não há ninguém por perto.