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O acordo da ONU prevê, entre outros desa-
            fios, que os ecossistemas tenham tempo para
            se adaptar naturalmente à mudança do clima
            e que a produção mundial de alimentos não
            seja ameaçada. Afirma também que todos os
            países possuem obrigações dentro da agenda
            climática, levando em consideração as neces-
            sidades específicas dos países pobres, que es-
            tão mais vulneráveis aos efeitos negativos da
            mudança de temperatura no planeta. No en-
            tanto, especialistas ponderam que a grande
            lacuna do acordo reside na ausência de prazo
            para cumprimento dos objetivos estabelecidos
            e de definição clara das obrigações dos países
            em desenvolvimento.
               Os países participantes dessas Convenções
            tornaram-se parte do acordo, dando início a
            uma série de encontros denominados Confe-
            rência das Partes (COP), que nada mais é do
            que um organismo de decisão do Acordo Inter-
            nacional para as alterações climáticas. Assim,
            as COP são realizadas anualmente desde 1995
            para avaliar o progresso das ações de cada país-
            membro. No âmbito do acordo, os países são di-
            vididos em três categorias: Grupo I - Os países   Fogo espalhando-se rapidamente na superfície ao longo do solo
            mais industrializados e aqueles que fazem parte   destruindo uma Floresta
            da Organização para a Cooperação e Desenvol-
            vimento Econômico (OCDE); Grupo II - Países
            do Grupo I que são obrigados a fornecer re-
            cursos financeiros para possibilitar implemen-
            tação de ações dos países em desenvolvimento
            e; Grupo III - Países em desenvolvimento.
               Ao longo dos anos (1995 - 2021), ocorreram
            26  COP,  sendo  o  último  encontro  realizado
            na Escócia, entre os dias 31 de outubro e 12
            de  novembro  de  2021. A  sociedade  acompa-
            nhou atentamente as discussões e depositou
            expectativas nas possibilidades anunciadas. Se
            retomarmos as COP anteriores, alguns pontos
            de avanço podem ser observados, mas não há
            dúvidas de que a evolução das negociações
            poderiam ter sido melhores.
               Na primeira COP (1995), em Berlim, foi
            estabelecido um mandato que trouxe dife-
            rentes obrigações para os grupos de países
            participantes. Em 1997 (COP 3) foi criado o
            Protocolo de Kyoto, cujo objetivo era diminuir
            o lançamento de gases causadores do efeito
            estufa, mas o protocolo só entrou em vigor em
            2005. Na COP 12 (2006) o governo brasileiro
            teve destaque e propôs a criação do projeto de
            Redução das Emissões por Desmatamento e       Urso polar em um bloco de gelo derretido no mar ártico
            Degradação, embora o próprio país não tenha
            feito a lição de casa de forma permanente. Em


                                                                                                      Mulheres Ed. 24 - 87
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