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Comportamento mais”. Não pude mais tomar anticoncepcional. Mesmo
QUANDO CHEGAM OS FILHOS
Alegrias, dificuldades e cuidados
na hora de receber os pequenos
* Da redação – Izabel Durynek
Q uantas dúvidas, medos a aflições com a pesquisava sobre tudo que envolvia o momento. “Ele
engravidou primeiro. Assistia tutorial de tudo. Nasceu
notícia 'estou grávida'. Não há como prever o
que acontecerá com a chegada de um filho,
primeiro o pai, para depois nascer a mãe". Depois do
seja o primeiro ou não. Os casais se nascimento, algumas surpresas. Ainda no hospital,
desdobram para buscar informações. Nas famílias, Arthur chorava muito e não dormia. “Esse foi o primeiro
sempre um receita milagrosa de como a futura mamãe e medo que eu tive. Ele não dormir uma noite inteira,
o futuro papai devem agir. Mas, essas dúvidas só são chorar e vomitar muito foi bastante complicado. Eu
reveladas quanto eles chegam. Isso tudo com a prática, chorava junto”. O segundo medo do casal, foi levar
pois os filhotes não chegam com manual de instrução. Arthur para casa. “Eu e ele sozinhos. Eu ainda estava
Outro importante ponto que deve ser prioridade é a meio fora da caixinha. No primeiro dia ele dormiu. No
procura de um profissional. terceiro não. Aí eu me desesperei. Eu descobri que estava
Mariana Provazi de 30 anos é mãe de primeira amamentando errado. No primeiro mês meu filho perdeu
viagem. Jornalista com uma vida muito atarefada, só 18% de peso”. Com indicação de um pediatra,
decidiu ter o Arthur após três anos de união com Jadson acrescentou um tipo de leite que gerou outro problema. A
Matos, mesmo com grande desejo de ser mãe. Isso mãe descobriu que o filho desenvolveu uma alergia ao
devido ao momento econômico do país. Outro fator que leite de vaca. Para continuar a amamentação, Mariana
influenciou na espera, foi a distância do marido, que foi está de dieta e não pode consumir nenhum produto
obrigado a sair da cidade devido a escassez de derivado de proteína do leite. Mesmo com tantos sustos,
oportunidade de emprego. Hoje Jadson mora em o instinto materno predomina. “Um amor inexplicável.
Roraima. A profissional sempre focada no trabalho, Mistura de carinho, ternura e realização”.
mesmo com a constatação da gravidez pelo exame de Outra mãe abordada pela revista Mulheres,
sangue, ainda não tinha assumido a maternidade. “Ainda Estefânia Lucia Silva Costa de 38 anos já viveu três
não tinha caído a ficha”, diz. Enquanto isso o marido momentos diferentes. A primeira gravidez foi aos 17
anos. A mais velha Ana Luiza já está com 20 anos. Na
época, o jovem casal teve que lidar com as
responsabilidades e consequências de uma gravidez não
programada. O marido Alexandre tinha 20 anos.
“Aprendemos tudo com ela”. Embora o marido
Alexandre Isaías Costa fosse mais sistemático, a
professora sempre gostou de uma vida badalada. A
chagada da filha Ana a fez diminuir o ritmo. Com o
segundo filho Murilo, hoje com seis anos, ela se sentia
mais preparada e recebeu a ajuda da filha adolescente.
Recentemente nasceu o terceiro filho do casal. Miguel
está com quase um ano. “Quando o Murilo tinha um ano,
tive um problema de saúde. Achei que não engravidaria
Mariana Provazi com o esposo Jadson Matos e o filho Arthur
com os cuidados, a gravidez. “Foi uma surpresa muito
grande”. Alexandre é um pai muito tranquilo.
Companheiro, ajuda a cuidar dos filhos. Ana, a filha mais
velha também ajuda muito. “Tem hora que eles preferem
a Ana”. Hoje, se pudesse mudar algo, teria os filhos em
menor espaço de tempo. “Se quer ter mais filhos, tenha
mais perto um do outro. A Ana está se formando. O outro,
começando na escola. O Miguel com cólica e eu,
preocupada com a Ana na balada. E o Murilinho ali no
meio querendo atenção. É complicado. Eu chego em
casa e tenho que pegar o menor, a Ana tem que sair para a Ighor Tomas
faculdade, o Murilo tem que fazer tarefa”. Mesmo com
todos os afazeres, adora a maternidade. Estefania Costa com o esposo Alexandre e os filhos Miguel, Murilo e Ana Luiza
Para esclarecer sobre dificuldades que surgem com a chegada dos filhos, a
revista Mulheres buscou informações de uma profissional, a pediatra Sônia Silva.
Ela acredita que informação é uma grande ferramenta para as famílias. Ressalta
que existem duas discussões a serem abordadas: as famílias que programam os
filhos e as famílias que foram pegas de surpresa. Na gravidez programada o
profissional deve ser procurado antes mesmo da fertilização. Em casos de uma
gravidez sem programação, o obstetra deve ser procurado imediatamente após a
constatação. “Um pré-natal de qualidade pode prevenir doenças, parto pré-maturo,
além de várias outras doenças". O envolvimento familiar é fator extremamente
relevante. Uma nutrição de qualidade também. “Tudo que a gestante faz de
Drª Sonia Silva saudável com o próprio corpo, será passado para as crianças”. E ainda durante a
gestação são muitas as dúvidas que os pais vivenciam, até quanto ao enxoval. Ela
chama a atenção para as empresas que querem vender e colocam em listas de enxovais para bebês, itens desnecessários.
Um bom acompanhamento pelo pediatra também é essencial. Esses procedimentos garantem a saúde da criança
para a vida inteira e é garantido por lei”, reforçou Sônia. A pediatra ainda ressalta que a cada dez crianças nascidas, uma
precisará da atuação de uma profissional para respirar e uma a cada 1000, do uso de medicamentos, até por deficiência
cardíaca. “O tempo para reverter uma criança para que ele não tenha sequelas é curtíssimo. Por isso a necessidade de um
profissional habilitado na sala de parto com serviços, instrumentos e medicamentos à disposição”.
Depois do nascimento, as dúvidas. “Nós somos abordados por causa das dificuldades de amamentação e as
cólicas. Também existe uma questão cultural. Existem mitos”. Ela lembra que a mãe recebe muitas informações de outras
mães que viveram situações complicadas ou que tiveram experiências diferentes. Para ela, as mães devem seguir apenas
as orientações profissionais, pois cada criança é diferente uma da outra. Experiências negativas podem, inclusive, deixar a
recém-mamãe em situação de estresse e prejudicar a amamentação. “Muitas mães, às vezes têm dificuldade de
amamentar e desistem por falta de informação”. “Já a cólica, isso é normal e transitório. Não durará por muito tempo.
Quanto mais a mãe estiver calma, mais a criança se tranquiliza. A grande chave é tranquilizar. A mulher se sente
fragilizada e se sente culpada quando não dá certo. O profissional de saúde tem que mostrar essa competência de ser mãe".
Sobre as possíveis doenças uma importante informação. Ele explica que a criança dá os sinais. “Não precisa
procurar o serviço de saúde a qualquer momento”. Observar, por exemplo, o estado febril das crianças, a rotina do sono e
a frequência da amamentação é primordial para identificar o estado de saúde do bebê.
Revista Mulheres - Julho 2018 - 39