Page 39 - REVISTA MULHERES 13
P. 39
Comportamento mais”. Não pude mais tomar anticoncepcional. Mesmo
com os cuidados, a gravidez. “Foi uma surpresa muito
grande”. Alexandre é um pai muito tranquilo.
Companheiro, ajuda a cuidar dos filhos. Ana, a filha mais
velha também ajuda muito. “Tem hora que eles preferem
a Ana”. Hoje, se pudesse mudar algo, teria os filhos em
QUANDO CHEGAM OS FILHOS menor espaço de tempo. “Se quer ter mais filhos, tenha
mais perto um do outro. A Ana está se formando. O outro,
começando na escola. O Miguel com cólica e eu,
Alegrias, dificuldades e cuidados preocupada com a Ana na balada. E o Murilinho ali no
meio querendo atenção. É complicado. Eu chego em
na hora de receber os pequenos casa e tenho que pegar o menor, a Ana tem que sair para a Ighor Tomas
faculdade, o Murilo tem que fazer tarefa”. Mesmo com
todos os afazeres, adora a maternidade. Estefania Costa com o esposo Alexandre e os filhos Miguel, Murilo e Ana Luiza
* Da redação – Izabel Durynek
Q uantas dúvidas, medos a aflições com a pesquisava sobre tudo que envolvia o momento. “Ele
engravidou primeiro. Assistia tutorial de tudo. Nasceu
notícia 'estou grávida'. Não há como prever o
que acontecerá com a chegada de um filho,
primeiro o pai, para depois nascer a mãe". Depois do
seja o primeiro ou não. Os casais se nascimento, algumas surpresas. Ainda no hospital,
desdobram para buscar informações. Nas famílias, Arthur chorava muito e não dormia. “Esse foi o primeiro
sempre um receita milagrosa de como a futura mamãe e medo que eu tive. Ele não dormir uma noite inteira,
Para esclarecer sobre dificuldades que surgem com a chegada dos filhos, a
o futuro papai devem agir. Mas, essas dúvidas só são chorar e vomitar muito foi bastante complicado. Eu
reveladas quanto eles chegam. Isso tudo com a prática, chorava junto”. O segundo medo do casal, foi levar revista Mulheres buscou informações de uma profissional, a pediatra Sônia Silva.
pois os filhotes não chegam com manual de instrução. Arthur para casa. “Eu e ele sozinhos. Eu ainda estava Ela acredita que informação é uma grande ferramenta para as famílias. Ressalta
Outro importante ponto que deve ser prioridade é a meio fora da caixinha. No primeiro dia ele dormiu. No que existem duas discussões a serem abordadas: as famílias que programam os
procura de um profissional. terceiro não. Aí eu me desesperei. Eu descobri que estava filhos e as famílias que foram pegas de surpresa. Na gravidez programada o
Mariana Provazi de 30 anos é mãe de primeira amamentando errado. No primeiro mês meu filho perdeu profissional deve ser procurado antes mesmo da fertilização. Em casos de uma
viagem. Jornalista com uma vida muito atarefada, só 18% de peso”. Com indicação de um pediatra, gravidez sem programação, o obstetra deve ser procurado imediatamente após a
decidiu ter o Arthur após três anos de união com Jadson acrescentou um tipo de leite que gerou outro problema. A constatação. “Um pré-natal de qualidade pode prevenir doenças, parto pré-maturo,
Matos, mesmo com grande desejo de ser mãe. Isso mãe descobriu que o filho desenvolveu uma alergia ao além de várias outras doenças". O envolvimento familiar é fator extremamente
devido ao momento econômico do país. Outro fator que leite de vaca. Para continuar a amamentação, Mariana relevante. Uma nutrição de qualidade também. “Tudo que a gestante faz de
influenciou na espera, foi a distância do marido, que foi está de dieta e não pode consumir nenhum produto Drª Sonia Silva saudável com o próprio corpo, será passado para as crianças”. E ainda durante a
obrigado a sair da cidade devido a escassez de derivado de proteína do leite. Mesmo com tantos sustos, gestação são muitas as dúvidas que os pais vivenciam, até quanto ao enxoval. Ela
oportunidade de emprego. Hoje Jadson mora em o instinto materno predomina. “Um amor inexplicável. chama a atenção para as empresas que querem vender e colocam em listas de enxovais para bebês, itens desnecessários.
Roraima. A profissional sempre focada no trabalho, Mistura de carinho, ternura e realização”. Um bom acompanhamento pelo pediatra também é essencial. Esses procedimentos garantem a saúde da criança
mesmo com a constatação da gravidez pelo exame de Outra mãe abordada pela revista Mulheres, para a vida inteira e é garantido por lei”, reforçou Sônia. A pediatra ainda ressalta que a cada dez crianças nascidas, uma
sangue, ainda não tinha assumido a maternidade. “Ainda Estefânia Lucia Silva Costa de 38 anos já viveu três precisará da atuação de uma profissional para respirar e uma a cada 1000, do uso de medicamentos, até por deficiência
não tinha caído a ficha”, diz. Enquanto isso o marido momentos diferentes. A primeira gravidez foi aos 17 cardíaca. “O tempo para reverter uma criança para que ele não tenha sequelas é curtíssimo. Por isso a necessidade de um
anos. A mais velha Ana Luiza já está com 20 anos. Na
profissional habilitado na sala de parto com serviços, instrumentos e medicamentos à disposição”.
época, o jovem casal teve que lidar com as
Depois do nascimento, as dúvidas. “Nós somos abordados por causa das dificuldades de amamentação e as
responsabilidades e consequências de uma gravidez não
cólicas. Também existe uma questão cultural. Existem mitos”. Ela lembra que a mãe recebe muitas informações de outras
programada. O marido Alexandre tinha 20 anos.
mães que viveram situações complicadas ou que tiveram experiências diferentes. Para ela, as mães devem seguir apenas
“Aprendemos tudo com ela”. Embora o marido
as orientações profissionais, pois cada criança é diferente uma da outra. Experiências negativas podem, inclusive, deixar a
Alexandre Isaías Costa fosse mais sistemático, a
recém-mamãe em situação de estresse e prejudicar a amamentação. “Muitas mães, às vezes têm dificuldade de
professora sempre gostou de uma vida badalada. A
amamentar e desistem por falta de informação”. “Já a cólica, isso é normal e transitório. Não durará por muito tempo.
chagada da filha Ana a fez diminuir o ritmo. Com o
Quanto mais a mãe estiver calma, mais a criança se tranquiliza. A grande chave é tranquilizar. A mulher se sente
segundo filho Murilo, hoje com seis anos, ela se sentia
mais preparada e recebeu a ajuda da filha adolescente. fragilizada e se sente culpada quando não dá certo. O profissional de saúde tem que mostrar essa competência de ser mãe".
Recentemente nasceu o terceiro filho do casal. Miguel Sobre as possíveis doenças uma importante informação. Ele explica que a criança dá os sinais. “Não precisa
está com quase um ano. “Quando o Murilo tinha um ano, procurar o serviço de saúde a qualquer momento”. Observar, por exemplo, o estado febril das crianças, a rotina do sono e
tive um problema de saúde. Achei que não engravidaria a frequência da amamentação é primordial para identificar o estado de saúde do bebê.
Mariana Provazi com o esposo Jadson Matos e o filho Arthur
Revista Mulheres - Julho 2018 - 39