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trabalho e comunidade

Caridade ou

Solidariedade?

Mulheres de Uberaba lidam com
aumento da demanda local
em meio a pandemia e se
esforçam para desenvolver

uma atuação que exige,
cada vez mais,
compromisso com
a causa social.

JORNALISTA JUBA MARIA

os últimos meses de 2020, 19 milhões de brasilei-
ros passaram fome e mais da metade das residên-
cias do país enfrentaram algum grau de inseguran-
Nça alimentar. Os dados são do Inquérito Nacional
sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da
Covid-19 no Brasil. O levantamento foi realizado pela Rede
Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar
e Nutricional (Rede Penssan) e mostra uma realidade que al-
gumas mulheres de Uberaba estão enfrentando de perto: os
pedidos de ajuda, especialmente de alimentos, aumentaram
- e muito - desde o início da pandemia.
Para entender um pouco da situação da população local, ini-
ciamos uma série de entrevistas que vão ilustrar as próximas
edições da revista. Dessa vez, decidimos ouvir três mulheres
que estão à frente de importantes ações de voluntariado na ci-
dade. Em comum, todas estão preocupadas em promover o que
podemos chamar de “solidariedade crítica”. Ou seja, não basta
ajudar, é preciso refletir sobre a prática e melhorar sempre.
Para a advogada e estudante de serviço social, Renata Apa-
recida Trindade, a rotina de trabalhos voluntários é antiga.
Ela conta que, devido à pandemia da COVID-19, se sente
com as mãos atadas. “Minha rotina de mãe e estudante não

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