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Esperança Garcia é consi- carta de Esperança ao governo do estado,
derada, simbolicamente, a denunciando a situação de maus-tratos
primeira advogada do Piauí por que passava.
RACISMO ESTRUTURAL
Em 2019, um levantamento feito pelo Cen-
tro de Estudos das Relações de Trabalho e De-
sigualdades, de São Paulo, constatou que os ne-
gros representam apenas 1% dos advogados de
grandes escritórios.
A advogada uberabense Ivanda Nivaldete
Vieira da Cruz, graduada pela Universidade de
Uberaba, por exemplo, sabe bem como é isso. In-
conformada com ambientes conservadores e ma-
joritariamente masculinos, ela escolheu atuar de
forma independente. “Ter meu próprio escritório,
de certa forma, me dá liberdade para trabalhar”,
conta. Por outro lado, as situações de assédio ou a
resistência de alguns clientes em pagar um preço
justo pelo serviço são alguns dos problemas en-
frentados no dia a dia. Ivanda enfatiza que a busca
pelo autofortalecimento e a oferta de um atendi-
mento humanizado são os caminhos que escolheu
para superar os desafios. “Já precisei lidar com
muitas situações de preconceito por ser mulher e
preta”, revela. A advogada conta que chegou a ser
questionada se era mesmo dona do escritório que,
inclusive, leva o seu nome.
Ivanda Nivaldete Vieira da Cruz
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