Page 116 - Talvegue
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MOSCA DO BAGAÇO
Parece mosca doméstica
Contudo suga o sangue
Sem pedir licença poética
Refugio-me no “mangue”
Corcéis além das fronteiras
Nos êxodos um sinal
As palavras são certeiras
O silêncio é fatal
Eu tropeço no ciclo
Rumo aos canaviais
Nenhum teor eu reciclo
E a mosca segue em paz
Distante esmorecia
Tomada pela tristeza
Dispersa em acrobacia
Nas asas da natureza
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