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MOSCA DO BAGAÇO



                  Parece mosca doméstica

                  Contudo suga o sangue

                  Sem pedir licença  poética

                  Refugio-me  no “mangue”



                  Corcéis além  das fronteiras

                  Nos êxodos um  sinal

                  As palavras  são certeiras

                  O silêncio  é fatal


                  Eu tropeço no ciclo


                  Rumo  aos canaviais
                  Nenhum  teor eu reciclo


                  E a mosca segue em paz



                  Distante  esmorecia
                  Tomada pela tristeza


                  Dispersa  em acrobacia
                  Nas asas da natureza















                                                                                    115
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