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procedimentos ligados à urbanização em suas diferentes espacial e temporalmente o lugar (Najjar & Silva, 2006).
possibilidades: “consiste na utilização de métodos Entendemos que, nessa tentativa, a compreensão do
arqueológicos para compreender processos específicos relevo foi fundamental para enxergarmos os problemas
de desenvolvimento urbano […]. Envolve ver a cidade relativos à ocupação e expansão da cidade. Desse
tanto como ambiente como objeto de pesquisa” (Staski, modo, a partir de uma leitura sobre a topografia da área
1982, p. 96-97). Na primeira perspectiva, o autor se refere pesquisada, apresentaremos uma análise acerca do
à Arqueologia “da cidade”. Na outra perspectiva, trata processo de ocupação.
da Arqueologia “na cidade”, que é individual e não diz
A área da poligonal estudada é de 52.329,53m², ALGUNS RESULTADOS INÉDITOS
respeito, necessariamente, a processos ligados ao meio
urbano, e não toma a cidade como objeto de pesquisa: podendo ser caracterizada por dois tipos de relevo.
O primeiro ocupa um terço da poligonal (33,32%),
“Consiste em endereçar qualquer questão de pesquisa
com cota de altitude acima de 60m: situa-se na crista
em um assentamento urbano. Envolve ver a cidade
de uma cadeia montanhosa (parte plana), local onde
como um ambiente (tal como um vale ou um deserto)”
se encontram testemunhos dos assentamentos dos
(Staski, 1982, p. 96-97).
núcleos primitivos da cidade. Na parte plana da área,
Inspirados por essas linhas de interpretação, entendemos observamos que o assentamento das casas se deu em
que para além de uma Arqueologia “da cidade” ou solo natural, com camadas de aterros pontuais pouco
“na cidade”, compreender os espaços urbanos nos espessas, geralmente servindo de contrapisos. O subsolo
seus diversos momentos históricos requer estudos apresenta poucas anomalias. O contexto se resume a
interdisciplinares, que contemplem múltiplos olhares. uma área pouco mexida, onde as transformações físicas
Assim, pensar o urbano a partir do viés arqueológico é das casas se apresentam principalmente nas estruturas
interpretar o passado observando e aprendendo no na superfície.
presente. As “rugosidades espaciais” enquanto cultura
Os outros dois terços da área pesquisada (66,68%)
material encontram-se no presente, disseminadas por
– considerada como área de expansão dos núcleos
todas as partes da cidade. Dessa forma, não há como
primitivos –, com cota de altitude abaixo de 60m,
desassociar os dois tempos. Daí a importância de entender
localizam-se em encosta de morro , com inclinação do
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os espaços urbanos como “sítios vivos” em movimento,
terreno muitas vezes superior a 40 graus, tendo uma
onde o passado e o presente estão lado a lado.
ocupação mais tardia.
Segundo a bibliografia consultada, o relevo da área
A área da 7ª Etapa do Projeto Pelourinho caracterizava-se pelas escarpas acentuadas e baixadas
A pesquisa arqueológica, iniciada em julho de 2006,
teve como objetivo desvelar e caracterizar as sucessivas 3 De acordo com a atual legislação em vigor, a área
ocupações na área da 7ª Etapa do Projeto de Recuperação seria considerada imprópria para habitação (Salvador. Lei 251
Municipal n. 3.377/84. Lei de Ordenamento do Uso e da
do Centro Histórico de Salvador, buscando conhecer Ocupação do Solo – LOUS).
Programa monumenta – IPhan