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Figura 3 – Salvador
em 1894, com
superposição da
malha urbana atual.
Observar que o
vale já se encontra
ocupado e a rua São
Francisco, completa.
Detalhe da Planta da
Cidade de Salvador,
de Adolfo Morales
de los Rios, 1894, in
Cedurb, 1978.
Essas informações nos levaram a concluir que O levantamento histórico realizado mostra que os vales
deveríamos aprofundar nossas análises no sentido de e declives existentes entre a cidade alta e a baixa, apesar
compreender a ocupação do espaço frente à topografia de inadequados para construções, foram usados para a
e à presença de água potável, uma vez que a umidade criação de animais e/ou cultivo de hortaliças e pequenas
presente nos terrenos, muito provavelmente, impunha plantações de subsistência (ver figura 1), ficando esses
um cuidado maior na hora de construir, em particular terrenos destinados à expansão futura da cidade.
no sentido de evitar a temida umidade ascendente,
que poderia acarretar inclusive o desmoronamento a Cidade do Salvador, segundo a tradição portuguesa,
das construções nas áreas mais acidentadas da região foi criada com um termo e um rossio, sendo o primeiro
em estudo. Na realidade, trabalhamos com a hipótese território sob a autoridade municipal e o rossio uma
de que o vale em estudo era na origem o leito de parte do termo, próxima ao espaço urbano, cuja
um afluente do rio das Tripas, conforme apontaram finalidade era propiciar condições para o pastoreio
os resultados das análises geoarqueológicas. Como de uso doméstico dos moradores e o fornecimento
tal, potencialmente bastante úmido, indicando a de lenha a ser usada como combustível principal. era
270 necessidade da utilização de técnicas construtivas que o rossio ainda uma área livre para expansão urbana
minimizassem problemas futuros. (Fundação gregrório de mattos, 1998, p. 37).
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